Especialista comenta os desafios da área, destacando uma maior dificuldade no cenário feminino
Mesmo sendo um setor já consolidado no Brasil, a construção civil enfrenta desafios importantes. Segundo o estudo realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e pela Falconi, o principal obstáculo é a falta de lideranças, representando 29%. O cenário afeta negativamente o progresso e a eficiência dos projetos. Além disso, atrair e contratar talentos capacitados também se tornou um desafio, ficando em segundo lugar com 28%.
Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, a maior empresa de overlays da América Latina, destaca a importância de profissionais com habilidades técnicas específicas, mas também ressalta a necessidade de líderes capazes de motivar as equipes, tomar decisões assertivas e solucionar problemas de forma eficaz. “Encontrar pessoas com essas qualidades e experiência pode ser um desafio, devido à escassez de profissionais qualificados”, comenta.
Outro desafio é capacitar os colaboradores existentes para assumir posições de liderança. A falta de oportunidades de treinamento e desenvolvimento pode limitar o crescimento profissional dos colaboradores, resultando em uma lacuna de liderança dentro das empresas de construção civil.
A dificuldade é ainda maior quando se trata da presença das mulheres na área. Segundo uma pesquisa do Ministério do Trabalho e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), a presença feminina na área teve um aumento de apenas 0,53%, passando de 10,32% para 10,85%. “A luta para conseguir representatividade em cargos majoritariamente masculino não é fácil. Os resultados recentes do setor não são suficientes, mas seguimos em busca de mais inclusão”, avalia a especialista.
A falta de líderes capacitados impacta negativamente a evolução e eficiência dos projetos, enquanto a escassez de profissionais qualificados dificulta a contratação. Essa dificuldade é ainda mais evidente no contexto feminino, com a presença das mulheres na área ainda sendo uma minoria. Apesar do aumento gradual na representatividade feminina, a lacuna de liderança persiste.
“É fundamental investir no desenvolvimento de habilidades técnicas e de liderança, garantindo que tenhamos profissionais capacitados para motivar equipes, tomar decisões assertivas e solucionar problemas de forma eficaz. Além disso, devemos continuar incentivando a presença feminina nesse setor, empoderando outras mulheres e promovendo a diversidade. A superação desses desafios será essencial para impulsionar o progresso e o sucesso da construção civil no Brasil”, conclui Tatiana.
Autora:
Daniele Ferreira