A Cirurgia Plástica atua constantemente junto à área de Traumatologia para auxiliar na recuperação de inúmeras funções do corpo
A primeira ideia que vem à mente quando falamos em Cirurgia Plástica são os procedimentos estéticos, cada vez mais comuns e diversificados. No entanto, dentro de ambientes hospitalares e nos consultórios privados, a Cirurgia Plástica também atua em casos com alterações funcionais associadas aos danos estéticos ocasionados por acidentes e queimaduras. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 40% das cirurgias plásticas realizadas no Brasil são reparadoras, isto é, corrigem e restauram danos em determinadas funções do corpo, sejam aquelas causadas por traumas e doenças ou as de origem congênita.
No contexto de queimaduras, o tratamento leva em consideração tanto o grau das lesões (profundidade) quanto as áreas afetadas (superfície corpórea). Procedimentos cirúrgicos, em sua maioria, são realizados em queimaduras de terceiro graus e em alguns casos de segundo grau. Para situações menos complexas, a regeneração do tecido pode ser alcançada por meio de curativos e pomadas cicatrizantes.
Quando as lesões são provenientes de acidentes, a decisão de realizar uma cirurgia está relacionada aos danos que impactam na mobilidade do corpo, além de sua função. Essas intervenções são frequentemente realizadas em áreas de dobras, como cotovelos, joelhos, axilas e pescoço, onde a funcionalidade e a estética podem ser especialmente comprometidas. Este enfoque cirúrgico visa não apenas a recuperação física, mas também a restauração da mobilidade e da qualidade de vida do paciente.
Entretanto, a recuperação vai além da restauração funcional do organismo. Ela também ajuda na elevação da autoestima dos pacientes que sofreram traumas. Em alguns casos, as cirurgias plásticas também reparam os defeitos ocasionados pela retirada de tumores.
Como a cirurgia é feita?
O Dr. Eduardo Sakae, Cirurgião Plástico do Hospital Nipo-Brasileiro, explica os métodos mais comuns usados para a restauração do corpo em casos de acidentes e queimaduras. “A cirurgia plástica reparadora reconstitui os tecidos perdidos ou danificados na lesão”.
A cirurgia reparadora reconstitui a área afetada e recupera as funções do tecido lesado. Para cada área ou tipo são recomendadas técnicas específicas. As duas técnicas mais comuns de cirurgia plástica reparadora utilizam enxertos ou retalhos de tecidos (pele, gordura, ossos e músculos).
“Nos enxertos realiza-se a transferência de pele ou outros tipos de tecidos saudáveis do paciente, que serão aplicadas diretamente sobre a área afetada pela queimadura ou outro tipo de lesão. Nos retalhos, transfere-se parte da pele e outros tecidos, que mantêm a interligação vascular ao local de origem, para a região afetada”, explica o doutor Sakae.
O especialista continua, “existe outra opção, que é a expansão de tecidos. Insere-se na pele um dispositivo (expansor de silicone) que é preenchido progressivamente com solução salina, esticando a pele, que poderá ser então usada na região a ser reparada”.
Além de reparar a função da área afetada, o tratamento busca oferecer conforto psicológico ao paciente, prevenir infecções e possibilitar a reabilitação o mais precoce possível.
Por vezes, se faz necessário um rápido atendimento para agir em urgências. Dr. Eduardo comenta sobre a sua rotina, “em casos de emergência, o Pronto Atendimento do HNipo conta com um Centro de Trauma certificado, especializado em atendimentos de altas complexidades, garantindo agilidade e segurança aos pacientes. A equipe multidisciplinar atua em casos de trauma de diversas naturezas. Ficamos à disposição 24h por dia para atender pacientes que acabaram de sofrer um trauma e necessitam de cuidados imediatos”.
Sobre o HNipo
O Hospital Nipo-Brasileiro, localizado no Parque Novo Mundo, foi construído em 1988 para atender, principalmente, a comunidade oriental no Brasil. Sua inauguração ocorreu no aniversário de 80 anos da imigração japonesa. Atualmente o hospital conta com mais de 240 leitos, entre apartamentos, enfermaria, UTI (neonatal e coronariana), além do Centro Cirúrgico e de Pronto Atendimento 24h, recebendo pacientes de todas as etnias e regiões da cidade.
Autora:
Larissa Zerbini