Foram seis anos em busca de uma resposta. De médico em médico, de ginecologista a psiquiatra. Diferentes tratamentos e nenhuma solução para o problema. Irritabilidade, falta de libido, pouco contato com outras pessoas, fadiga extrema e muitas dores. O relato é de Bruna Martins de Almeida, cozinheira de 39 anos, que há três anos foi diagnosticada com o Transtorno Disfórico Pré- Mentrual (TDPM) e, de lá para cá, tem buscado pelo tratamento adequado na expectativa de retomar a vida com a filha de 14 anos e o marido.
“Passei muitos anos em busca de um diagnóstico, de um tratamento. Os médicos olhavam os exames diziam que estava tudo normal. Cheguei a ir para psiquiatria, não consigo sair de casa, minha filha não consegue ter muito contato comigo, sinto muita irritação, tenho crise de ansiedade, não posso menstruar porque sinto dores muito fortes e tenho de tomar morfina. Tenho um curto período de alegria que é de cinco dias. Fui atrás de todo tipo de tratamento e teve até uma médica que me disse que os meus exames estavam normais e que achava que o problema era que eu não gostava do meu marido e eu deveria pensar em separação”, conta Bruna que é uma das pacientes selecionadas pelo projeto voluntário do Laboratório La Vie Legacy Labs, dentro do curso básico de prescrição e procedimentos com implantes hormonais.
Em agosto passado, Bruna e outros 12 pacientes obtiveram, depois da realização de exames e análises de uma equipe multidisciplinar e médicos, a possibilidade de receber tratamento por meio de implantes hormonais.
Eles recebem os implantes gratuitamente e são acompanhados por especialistas durante todo o período de uso. O procedimento, recebido de forma gratuita, custa em média R$ 8 mil por ano.
Assim como Bruna, Thame Ferraz Porto, servidora pública de 42 anos, também foi selecionada. “Eu descobri que tenho TDPM, porque nos últimos anos tinha sintomas depressivos, irritabilidade, fadigas, fiz consultas com psiquiátricas. Estes sintomas eram temporais e observei que piorava no período pré- menstrual. Foi então que relatei isso a um dos psiquiatras que me consultei e ele me indicou procurar por um ginecologista especializado em reposição hormonal. Foi ai que descobri que o laboratório La Vie Legacy Labs estava buscando por voluntários para a utilização de implantes. Fiz a minha inscrição na esperança de mudar de vida. E agora sinto que posso ser ainda mais feliz. A vida é maravilhosa, mas tinha momentos sem brilho. Agora será muito melhor”, diz Thame.
“Hoje é um novo começo, uma página em branco. Vou voltar a ser mulher. Vou olhar no espelho e ter minha autoestima renovada, acompanhar a minha filha, ser esposa. Quero ser esposa. E que bom que mesmo com todos estes problemas, ele insistiu em ser meu marido”, complementa Bruna.
Juliane Orrigo Jardim, de 45 anos, tem endometriose. Já havia feito quatro cirurgias. “Os implantes foram as únicas formas que eu consegui encontrar equilíbrio. Parei de sangrar. Eu uso desde 2015. Para mim é importante, porque sabemos da dificuldade principalmente do tratamento que os métodos oferecidos não são práticos, usei todos os outros métodos existentes e a única coisa que realmente controlou a minha foi o uso do implante. Esta ação do laboratório é extremamente importante. Traz acesso para beneficiar quem sofre de doenças como a minha. Eu já passei por vários médicos e para mim este projeto é fundamental. É um tratamento que nem todas as pessoas tem acesso e além disso, posso compartilhar com médicos para que eles tenham os relatos das pacientes e que possam alcançar outras pessoas como eu. Só quem tem a doença, que passa pela situação, sabe de fato o que sente”.
Esta é a segunda edição do curso básico de prescrição e procedimentos com implantes hormonais realizado pelo La vie Legacy Labs em 2023. Os ginecologistas Jorge Valente e Juliana Paola de Melhado e Lima são mentores do programa e entrevistaram individualmente cada candidata ao implante.
O curso terá término em dezembro. Nele, médicos recebem todas as informações sobre os implantes hormonais, treinamento para os profissionais dos consultórios, e todas as informações necessárias.
“Muito legal ter esta experiência, resolvendo os casos clínicos e conversando com os pacientes para entender a dor de cada um, e procurar, dentro dos implantes hormonais, a resolução do problema. É a proliferação de cuidado com a pessoa. Ela (paciente) chega aqui sabendo, querendo ajuda e este acolhimento é muito importante”, disse a ginecologista Juliana.
A seleção dos pacientes aptos para receberem os implantes hormonais é feito com base de avaliação clínica, estudo de caso, relato dos sintomas pelos pacientes. Antes do início dos cursos e do programa, o laboratório La Vie Legacy Labs, localizado na Bahia, faz uma ampla divulgação sobre a possibilidade dos procedimentos por meio das redes sociais e também pela fundadora Manuela Coutinho.
De acordo com Manuela Coutinho, fundadora do La Vie Legacy, mais do que capacitar os profissionais para a utilização dos implantes hormonais, o curso visa dar qualidade de vida as mulheres participantes. “Vamos muito além do produto. Atuamos em conjunto com os médicos, sempre com foco na paciente. O nosso objetivo é auxiliar o médico a ajudar a sua paciente”, afirma.
TDPM
O Transtorno Disfórico Pré-Mentrual, ou popularmente chamado de Super TPM, é a forma mais grave da tensão pré-menstrual. Causa sintomas como irritabilidade, ansiedade, pensamentos depreciativos, fadiga, falta de sono, inchaços pelo corpo e outros. Está relacionado às oscilações hormonais durante o ciclo menstrual.
De 3 a 8% das mulheres são atingidas pelo transtorno. Desde 2022, o Código Internacional de Doenças (CID) passou a classificar o TDPM como uma enfermidade.
O laboratório
Localizado em Salvador, na Bahia, o La Vie Legacy Labs foi fundado por Manuela Coutinho, neta do pioneiro em implantes hormonais Elsimar Coutinho.
O laboratório nasceu com a responsabilidade de consolidar os seus produtos como a maior referência do Brasil em terapias hormonais e tratamentos voltados à saúde reprodutiva e longevidade. Os implantes têm o objetivo de contracepção ou tratamentos de patologias estrogênio dependentes, como a endometriose, por exemplo.
Quando o avô de Manuela faleceu em decorrência da Covid-19, em 2020, a transferência da gestão resultou em mudanças na estrutura da empresa que colidiram diretamente com valores da empresária que optou por deixar a empresa e recomeçar criando a sua própria marca. A MCLegacy Eduh e o La Vie Legacy Labs nasceram desta decisão.
A MCLegacy Eduh é uma espécie de extensão do La Vie Legacy Labs. É responsável por mentorias e cursos para médicos, que vão desde o básico ao avançado; bem como treinamentos para as equipes desses profissionais, voltados aos procedimentos com implantes hormonais. Desta forma, as empresas seguem unidas no ideal de estreitar relacionamento com a classe médica e aprofundar conhecimento especializado, aliado à divulgação consciente, responsável e eficiente dos seus produtos, a fim de expandir qualidade de vida e saúde das mulheres.
O La Vie Legacy Labs tem atualmente 20 colaboradores diretos e como sócia, a irmã de Manuela. A expectativa é de que até o final do ano, o número de profissionais contratados pela empresa dobre.
Autora:
Vivian Costa