Eu realmente não sei como cheguei, nem sei o que estou fazendo aqui. Só sei que sinto falta disso, de simplesmente escrever o que passa pela minha cabeça nos momentos em que as coisas passam por ela. Não é sempre.
A paixão me levou pra área da comunicação mas a vida – e o mercado – fizeram fazer dela um commodity. E me fizeram desviar do curso.
E acho que não fui a única. Em meados de 2005 estava radiante iniciando a faculdade de Jornalismo. Hoje vejo alguns colegas na mesma profissão que a minha.
Será que atuam na área pelos mesmos motivos que os meus? Será que sentem falta do mesmo que eu sinto?
Já não escrevo mais simplesmente o que está aqui dentro. Tudo deve ser planejado, calculado e estruturado para que lá na ponta, se transforme em lucro. Não conto nenhuma história livremente nem apresento nenhuma ideia se eu não escolher previamente as palavras que o tal do algorítimo gosta e dividir em H1, H2… Também não posso esquecer dos backlinks, eles têm que estar lá.
Preciso ranquear. Que saco.
Talvez começar aqui seja um respiro desse mundo que vivo há quase uma década. Não que eu não goste do que faço mas sinto falta de fazer de outro jeito às vezes.
Já pensei no que estou fazendo aqui diversas vezes, mas nunca fiz nada mais além de pensar. Não sou boa o suficiente pra colocar o que quero em prática mas quer saber? Não preciso ser.
Quero contar dos casos, das descobertas e percepções da vida em vários momentos. Apenas isso: crônicas.
Se chegar em alguém, ótimo, se não chegar, beleza! Vou fazer com o mesmo prazer que tenho de cozinhar enquanto acabo com uma garrafa de vinho.
Autora:
Priscila Soares