Sem previsão de retorno, os pátios seguem lotados e negócios não são realizados
Os leilões do Detran-SP chegaram a movimentar quase 50.000 lotes no ano passado. Realizados em 104 municípios do estado, com 64 leiloeiros públicos oficiais conduzindo os pregões, segundo números apresentados pelo levantamento do Sindicato dos Leiloeiros do estado de São Paulo (SINDLEI). Isso porque, para além do veículo que qualquer cidadão pode arrematar nesse tipo de leilão, também há um mercado internacional que compra veículos inservíveis para o aproveitamento do material nas indústrias siderúrgicas.
Para se ter uma ideia desse montante, de janeiro a julho deste ano, foram 411.762 toneladas de sucata ferrosa exportadas, contra 237.113 toneladas em igual período do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Com essa suspensão, desde março e sem previsão de volta, os 400 pátios no estado de São Paulo estão armazenando veículos para além de suas capacidades, além dos prejuízos que se acumulam também em toda a cadeia de negócios: os custos de manutenção desses pátios, os guincheiros, os desmanches, como também as exportações.
“O sindicato preocupa-se com essa suspensão, pois afeta diretamente o trabalho de diversos setores do mercado, além dos leiloeiros. Se continuar dessa maneira os prejuízos podem chegar a cifras muito altas para todo o setor”, alerta Gustavo Reis, presidente do Sindicato dos Leiloeiros do Estado de São Paulo (SINDLEI) e presidente da Associação Nacional dos Leiloeiros Judiciais (ANLJ).
Em março deste ano, a exportação de sucata ferrosa teve um aumento de 42%, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a Secex. Com a suspensão dos leilões esse panorama pode se inverter. Vale lembrar que sucata é todo o tipo de material descartado que seja passível de reutilização ou reciclagem.
O Detran-SP alega que é necessário a reestruturação de todo o sistema e a revisão da regulação de todo o processo de leilões de veículos, conforme divulgado pela imprensa.
“Os leiloeiros públicos oficiais são profissionais que poderiam auxiliar nesse processo de regularização do sistema, primando por toda transparência e lisura que esse tipo de trabalho demanda”, comenta Gustavo Reis.
Mais sobre o Sindicato dos Leiloeiros do Estado de São Paulo
Fundado em 1957, o Sindicato do Leiloeiros do Estado de São Paulo tem o compromisso de garantir qualidade ao exercício da atuação dos leiloeiros oficiais do Estado. Atua com compromisso à categoria, renovando a cada ano e a cada gestão o juramento de orientar, representar e defender a categoria.
Realiza levantamentos sobre o setor em busca de dados que forneçam insumos para entender melhor o desenvolvimento da função dos leiloeiros, bem como é atuante em processos que garantem a exclusividade da atuação leiloeira às pessoas designadas como tal, criando um ambiente seguro para leiloeiros e compradores de leilão.
Autor:
Marcos Lemes