Dr. Rizzieri Gomes, cardiologista focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes, alerta para os efeitos a longo prazo no organismo
Uma pesquisa interna do Hospital do Servidor Público (HSPE) em São Paulo, conduzida pela médica do esporte Silvana Vertematti, mostrou um aumento de adolescentes que não praticam atividades físicas. Dos pacientes atendidos no local, entre 12 e 18 anos, 86% são considerados sedentários. Esse número pode ser uma explicação para o que já levantou o Ministério da Saúde: entre 2012 e 2022, a porcentagem de jovens de 10 a 19 anos diagnosticados com sobrepeso, obesidade ou obesidade grave aumentou de 21% para 31%.
Segundo o Dr. Rizzieri Gomes, cardiologista, focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes, “fazer exercício não é algo meramente estético, é sobre saúde, especialmente para o preparo do corpo para o envelhecimento, uma vez que doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no mundo”, aponta o médico, referindo-se ao dado da Organização Panamericana da Saúde, que afirma que mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa, estimando que 17,9 milhões de pessoas morreram por esse motivo em 2016, representando 31% de todas as mortes em nível global.
“Ultimamente a gente tem percebido um aumento em pacientes mais jovens de doenças cardiovasculares, como a hipertensão. Hoje, a faixa mais prevalente de novos hipertensos é entre trinta e quarenta anos; antigamente, isso era visto em pessoas sexagenárias”, analisa o Dr. Rizzieri. “Atualmente, há uma precocidade de doenças cardiovasculares, o aumento do risco de obesidade e, consequentemente, de diabetes ou hipertensão arterial precoce, dois dos fatores de risco principais para as piores doenças cardiovasculares, que são infarto e AVC”, alerta.
O especialista vê com bons olhos as campanhas de conscientização focadas nos jovens. “É importante ter esse senso crítico sobre a questão e incentivar a adoção de hábitos mais saudáveis e a prática de atividades físicas, pois esse comportamento juvenil adolescente terá como resultado mais pacientes adultos doentes, mais dependentes de tratamento medicamentoso e mais dependentes de atendimento hospitalar.
Algumas sugestões do Dr. Rizzieri para os pais estimularem os jovens a praticar atividades físicas são:
- Sugerir uma atividade que seja prazerosa para eles. Nem todos os adolescentes gostam de esportes tradicionais, por isso é importante encontrar alguma atividade que o jovem aprecie e sinta-se bem fazendo.
- Estabelecer metas realistas. Ter objetivos alcançáveis pode ajudar a manter os adolescentes motivados e realizados, enquanto os irrealistas podem fazê-los desistir logo no começo.
- Fazer da atividade física uma rotina. Incorporar os exercícios no dia a dia do adolescente, seja caminhando até a escola ou fazendo uma caminhada após o jantar.
- Estimular pelo exemplo. Os adolescentes são mais propensos a se envolver em atividades físicas se enxergarem nos adultos um modelo positivo.
- Incentivar a participação em esportes de alguma comunidade à qual o jovem pertença, como a escola, condomínio ou vizinhança; Participar de uma equipe ou clube pode proporcionar um senso de pertencimento e incentivar a prática regular de exercícios.
- Fornecer equipamento adequado. Além de diminuir o risco de lesões e machucados, ter o equipamento certo pode fazer uma grande diferença na disposição do adolescente para se exercitar.
- Elogiar o esforço, não apenas o resultado. Reconhecer o comprometimento do adolescente com a atividade física pode ajudar a consolidar autoestima e incentivar a continuar se exercitando.
- Tornar a atividade física divertida. Jogos, competições amigáveis e atividades ao ar livre podem tornar o exercício mais divertido e atraente.
- Incentivar a prática com amigos. Os adolescentes são mais propensos a se exercitar se puderem fazê-lo com o seu grupo de amizades.
- Ensinar sobre os benefícios do exercício para a saúde mental e física. Compreender os benefícios do exercício pode motivar os adolescentes a se manterem ativos.
Sobre o Dr Rizzieri Gomes
Mini Biografia: É médico cardiologista, focado na mudança do estilo de vida (MEV) de seus pacientes, como ele mesmo define: tratar de saúde em vez de doenças. Foi o responsável pela implantação do protocolo de dor torácica no Hospital Check Up, de Manaus e por transformar a maneira como o infarto agudo do miocárdio é tratado na cidade, reduzindo a mortalidade por infarto agudo. Mais informações do Dr. Rizzieri Gomes podem ser consultadas no site.
Autora:
Mariana Paker