O mercado de criptomoedas no Brasil continua em expansão, um sinal da crescente adoção nas moedas digitais. Ao analisar dados fornecidos pelo Livecoins, podemos observar um volume expressivo de transações em comparação ao ano anterior.
Em 2022, o volume total de criptomoedas negociadas no Brasil foi de R$ 122 bilhões. No entanto, os primeiros meses de 2023 já mostram números impressionantes, com volumes que variam entre R$ 3 bilhões a R$ 7 bilhões mensalmente.
Começando pelo mês de janeiro, o volume foi de R$5.724.801.191,32. Este valor manteve-se em alta com o mês de fevereiro registrando R$5.954.322.939,23.
Março, no entanto, apresentou um salto significativo, alcançando um pico de R$7.284.734.837,62, indicando um aumento na atividade e possivelmente uma maior interesse dos investidores.
Por outro lado, os meses seguintes mostraram uma tendência de queda. Abril e maio registraram valores de R$5.081.161.061,23 e R$4.505.899.710,07, respectivamente. Junho e julho seguiram uma linha similar, com R$4.362.680.890,49 e R$4.251.439.022,17.
Agosto e setembro foram de queda, com R$3.031.097.740,02 e R$3.167.675.364,34, respectivamente. Os números podem indicar uma possível consolidação do mercado ou falta de interesse dos investidores.
Criptomoeda mais negociada não é o Bitcoin
Apesar do Bitcoin ser a criptomoeda mais conhecida e mais popular do mundo, os dados revelam que outro ativo foi mais procurado. Para surpresa de muitos, o Bitcoin ficou longe do primeiro colocado.
Do volume total, cerca de 38% correspondem a negociações entre a Tether (USDT), seguido pelo Bitcoin (BTC) 29% e USDC (12%).
Pares de criptomoedas mais negociados no Brasil
De acordo com Mateus Nunes, fundador do Livecoins, tal fenômeno pode ser atribuído, em grande parte, à natureza da Tether como uma moeda estável, cujo valor é atrelado ao dólar americano.
“Em tempos de incerteza e volatilidade no mercado de criptomoedas, muitos investidores buscam refúgio em criptomoedas estáveis para proteger seus investimentos. O medo de quedas e a busca por uma posição mais segura têm levado muitos a se moverem em direção a ativos do tipo, usando-o como uma espécie de ‘porto seguro’ em meio às incertezas do mercado.” — disse.
Binance lidera o mercado de corretoras
Quando se trata do volume de negociações por corretoras, a Binance, maior corretora do mercado, claramente se destaca das demais. Em 2023, a corretora foi responsável por uma movimentação de R$ 26.052.902.729,68, dominando uma fatia significativa do setor brasileiro.
Para colocar em perspectiva, a Binance detém aproximadamente 54% do volume total de criptomoedas negociadas no Brasil até o momento em 2023. A próxima corretora na lista, a NovaDAX, também estrangeira, movimentou R$ 4.525.063.927,31, demonstrando a dominância da Binance no cenário nacional.
É interessante observar que outra corretora que não foi fundada no Brasil, a KuCoin, apresentou um desempenho notável, mas ainda está longe de alcançar os números da líder Binance.
Enquanto isso, outras 12 corretoras brasileiras lutam por cerca de 16% do mercado, com plataformas de outros países dominando 84% do mercado.
No momento da redação deste artigo, o Bitcoin é negociado a R$ 140.533,89, com alta de 42% no ano. Apesar disso, a moeda está 60% abaixo de seu valor mais alto, atingido em novembro de 2021, quando chegou a 69 mil dólares, cerca de R$ 356 na cotação atual.