20.1 C
São Paulo
sexta-feira, 22 de novembro de 2024

“JESUS” E “BARRABÁS”: Síntese da Alma Humana

A ilustração é arte do genial Caravaggio.

Tudo que existe possui “lado direito” e “lado esquerdo”, “parte de cima” e “parte de baixo”, “parte frontal” e “parte traseira”. Tudo que existe possui, em alguma medida, todos os opostos possíveis. Do ponto de vista psicológico não podemos escolher entre “nosso Jesus” e “nosso Barrabás”, “libertando” um e “condenando” outro, porque ambos subsistem em nós e precisam subsistir como síntese de nossa condição humana. Não seja ingênuo… O Bem jamais vencerá, definitivamente, o Mal, nem o Mal vencerá, definitivamente, o Bem. Se o Mal destruir o Bem, terá que _seja por assim dizer_ “reconstruí-lo, a fim de continuar existindo como Mal, porque o Mal só pode existir se existe o Bem ao qual se oponha. De igual modo, se o Bem destruir o Mal, terá que “refazê-lo”, para continuar expressando-se como Bem, proporcionando, por exemplo, amor onde impera a indiferença ou o ódio. Pensando melhor…acho que, se o Bem ou o Mal conseguir destruir seu oposto, “se desintegrará” no instante exato em que tiver realizado seu intento. O verdadeiro Bem não é o completo aniquilamento do Mal. A água “deseja” aniquilar o fogo…. Mas, se ela conseguir, ela não terá mais os excessos evaporados e a Terra toda será destruída por uma inundação jamais vista! A água, desse modo, perde sua razão de ser. Por outro lado, se o fogo evaporar toda a água existente, o planeta será devastado, destruído, torrado pelo fogo e o fogo perderá, igualmente, sua razão de ser. Moral da história: a felicidade (ou bem-estar) antes de tudo é autoaceitação, é assimilação equilibrada, harmonizada, dos próprios opostos. Não devo negar aquele meu lado de que não gosto, dizendo que não é parte integradora de mim mesmo e jogá-lo, assim, “sobre os ombros” do Diabo da tradição religiosa, sobre a criação que meus pais me deram etc. Precisamos reconhecer que, no dizer metafórico, somos habitados por uma criatura siamesa, parte anjo, parte demônio, e que, se juntas, uma controlando a outra, mantendo a outra dentro dos limites necessários, temos, então, a Salvação. Devemos, ainda, entender que, se separadas, libertas uma da outra, temos o Caos, o mais terrível dos Infernos possíveis!

A melhor prática terapêutica não é a que se propõe à cura suposta, e sim, a que auxilia a pessoa a bem administrar seus próprios desequilíbrios, porque a condição humana é, obviamente, muito diversa daquela dos autômatos.

Autor:

Cesar Tólmi – Filósofo, psicanalista, com Graduação/Licenciatura em Filosofia, pós-graduando em Neurociência Clínica, arte-terapeuta, jornalista, escritor e idealizador da Neuropsiquiatria Analítica, integrada aos campos clínico, forense, jurídico e social.

Obs.: o nome “Jesus” é a forma grega de “Yeshua” (que conhecemos como “Josué”, do Hebraico ישׁוּע), e que costuma ser traduzido como “salvar”; “salvação”. “Barrabás, por sua vez, é a forma portuguesa de “Bar-abba”(em Hebraico אבא)  que se traduz “Filho do Pai”. Unindo ambos os nomes temos a seguinte mensagem: “O Filho do Pai Salva”, ou “o Filho do Pai é a Salvação”.

Link para o grupo de estudos em Neuropsiquiatria Analítica, no Facebook: https://www.facebook.com/groups/7345963448764068/permalink/7455816651112080/?mibextid=Nif5oz

E-mail: cinpa.contato@gmail.com

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio