Conhecer as manifestações artísticas dos aborígenes americanos que concorreram para formar a identidade brasileira atual é o principal objetivo deste artigo. Coadunados a esta meta, busca-se um panorama autóctone para entender os riscos de práticas que comprometem irremediavelmente a única biosfera que conhecemos, ao hostilizar povos não raro nômades que necessitam de amplos territórios verdes para a sua reprodução física e cultural. Por fim, também é escopo a proteção ambiental, especialmente em momento de discussão do marco temporal (BRASIL, art. 231), requisito cronológico que tolhe direitos de povos historicamente despojados de suas terras, a favor da aquisição fundiária capitalista e não sustentável que cresceu sobremaneira a partir da Lei de Terras, em detrimento da natureza e memória, e também responsável pelo aumento avassalador no século seguinte do Mal do Século. Para tanto, a pesquisa levantará os objetos sobre os quais o ser humano pré-colombiano das Américas, especificamente no território que seria hoje o Brasil, carreou simbologias estético-artísticas, em sintonia com suas cosmologias e contextos sociopoliticoeconômicos. Apesar das poucas reminiscências culturais que sobreviveram ao tempo, é possível traçar certas conclusões sobre a vida artística daqueles povos, o significado artístico correlacionado ao cotidiano, no qual práticas culturais, cosmologias e subsistência eram e estão inter-relacionados. Essa problemática, na medida do possível, é investigada por bibliografias, de forma que o pensamento dos autores citados neste artigo seja sintetizado, na parte em que interessa ao problema aqui examinado, e possa contribuir para as ilações e tentativas de síntese relacionada ao período e espaço aqui trabalhado.
Palavras-chave: arte.Brasil.indígenas
Autor:
Hudieny Dias de Souza