Celebrada de 5 a 9 junho, a Semana do Meio Ambiente é uma iniciativa da ONU para conscientizar a sociedade para as questões que envolvem os ecossistemas globais e os seres que os habitam. A data foi instituída na Conferência de Estocolmo, em 5 de junho de 1972, e a edição de 2023 marca o aniversário de 50 anos deste primeiro evento mundial sobre o tema ambiental.
O ecoturismo está entre os setores pioneiros em incentivar a conservação e tem grande potencial para desenvolver novas atividades que impactam no desenvolvimento econômico, promovem a cultura local e geram receita e empregos para as comunidades. Na semana do meio ambiente, conheça quatro hotéis e destinos de ecoturismo com vivências na natureza.
Birdwatching na Amazônia
Localizado às margens do Rio Negro e em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, o Mirante do Gavião Amazon Lodge abriga treze espaçosos bangalôs erguidos em madeira de lei que remetem a forma de barcos invertidos. Desde que foi aberto em 2014 o hotel trabalha as atividades de ecoturismo junto às comunidades ribeirinhas, propondo trilhas guiadas pela floresta, observação de bichos, e mais recentemente, introduziu roteiros de birdwatching (três a sete dias) com o acompanhamento de profissional ornitólogo. A viagem tem como objetivo avistar espécies por florestas de terra firme, florestas insulares e de vale, e campinas. Os hóspedes podem fazer a observação no interior da propriedade com lunetas disponibilizadas nas duas torres suspensas do Mirante do Gavião Lodge, podendo avistar espécies como o trinta-réis (Phaetusa simplex); a águia-pescadora (Pandion halieatus); a saíra-de-bando (Tangara mexicana); o ferreirinho-estriado (Todirostrum maculatum), gaturamo-do-norte (Euphonia rufiventris) e muitas outras. Um guia impresso, que pode ser retirado na recepção, ajuda a identificar as principais aves encontradas no entorno do hotel.
@mirantedogaviao
Trilha na Floresta com banho no Igarapé
Com base na vila de Alter do Chão, Pará, a apenas 30 minutos de Santarém, a KAIARA Amazônia realiza expedições fluviais pelo Rio Tapajós e seus afluentes, e percorrem uma rica diversidade de paisagens na floresta, como interagem com os povos ribeirinhos. No Rio Arapiuns, são os membros da comunidade do Atodi, reconhecidos recentemente como etnia indígena Arapium, que conduzem os visitantes numa trilha de 5 horas pela floresta primária, onde elas apresentam árvores centenárias de até 40 metros de altura, como o Tauari (ou Pau-do-índio); o Jatobá; a Castanheira, e o Uxi – cujo o casco é muito usado para a “medicina da floresta”. No final da caminhada, o encontro com um igarapé de águas cristalinas, para um banho refrescante acompanhado de um piquenique com frutas, sanduíches e sucos naturais.
Remo no Mangue e Cachoeiras
Famosa por suas praias de surfe, envoltas de Mata Atlântica exuberante, Itacaré é também destino certeiro para os que buscam atividades na natureza e vivências locais que resgatam a essência da Bahia e sua cultura vibrante. Desbravar o entorno é parte fundamental da hospedagem no Barracuda Hotel & Villas, que conta com anfitriões e guias que nasceram, cresceram e vivem na região, e colocam o visitante em contato com o que há de mais autêntico e bonito. A exemplo da atividade intitulada “Uma Jornada pelo Mangue”, cujo percurso inicia com canoagem ou stand up paddle ao largo de um pequeno braço do Rio de Contas, terminando em uma límpida cachoeira com diversas quedas. De volta ao rio, uma parada final no Pontal para admirar o pôr-do-sol, com o preparo de um peixe fresco e pupunha grelhados na brasa.
Conhecer quatro espécies de quelônios
A Expedição Katerre desenvolve expedições fluviais na Amazônia, percorrendo toda a extensão do baixo e médio Rio Negro e seus afluentes. Dentre seus roteiros, o que percorre os rios Jauaperi e Xixuaú revela uma natureza intocada e uma abundância de espécies entre botos, jacarés-açu, ariranhas, papagaios, araras-canindé, e tartarugas-da-amazônia. Tamanha a biodiversidade, e necessidade de conservação, que por meio da Associação de Artesãos do Rio Jauaperi – AARJ, a comunidade implementou o Projeto Bicho de Casco, de conservação de quatro espécies de quelônios ameaçados na bacia do Rio Negro: iaçá, irapuca, tracajá e tartaruga-da-Amazônia. Ao visitante são apresentadas algumas das oito zonas de desova, onde uma equipe treinada cuida da vigilância das praias a afastar caçadores e possíveis ameaças, e garante o nascimento dos futuros filhotes, que ocorre entre os meses de janeiro e março. Anualmente, cerca de 6 mil quelônios são soltos em segurança na natureza.
Autora:
Caroline Correa