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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Partidarismo no movimento estudantil nos afasta de melhorias e justiça social para todos os estudantes

A politização em diversos ambientes sociais tem sido cada vez mais comum, e dentro das universidades não é diferente. A grande maioria dos movimentos em prol dos estudantes que existem atualmente, no Brasil, deveriam buscar melhorias na educação, maior justiça social e atenção às demandas dos alunos que frequentam as instituições de ensino. Não é bem o que acontece. O que se percebe é um grau de partidarismo exacerbado dentro desses ambientes.

Tendo em vista a autonomia das universidades e a democratização que se busca nesses lugares de ensino, a participação de estudantes nos órgãos decisórios faz parte da prática política do universo pedagógico.
Alguns grupos que surgiram com o objetivo de lutar pelos direitos dos alunos foram: Diretórios Centrais Estudantis, chamados DCE, as Uniões Estaduais dos Estudantes (UEE) e a própria UNE (União Nacional dos Estudantes). Pois bem, imagina-se que os assuntos tratados nestes ambientes são para a construção de um espaço melhor e mais democráticos para os estudantes.
O processo de escolha, por exemplo, de quem irá dirigir o DCE é realizado por meio de eleições diretas e o órgão possui o papel de estudar, estabelecer e lutar pelos interesses dos estudantes naquele ambiente. Independentemente de partidos políticos e ideologias daqueles que frequentam a instituição de ensino.
Recentemente, no Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB) – maior faculdade privada do Distrito Federal – aconteceram as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e que foi marcada por uma brutal disputa entre os estudantes. Uma das chapas propagou atrocidades em um panfleto que a comissão eleitoral teve que pedir para que parassem de divulgar, pois tamanha eram as inverdades que continham. Além disso, um dos membros da chapa opositora espalhou diversas mentiras, chegando a dizer que membros da chapa vencedora fizeram eventos no CEUB, após os atos de 8 de janeiro, em Brasília, uma grave acusação, que poderia prejudicar a vida de diversos alunos, sem entrar em qualquer mérito dos graves fatos que aconteceram neste dia para a democracia no Brasil.
Nossa instituição de ensino tem uma longa história com o Distrito Federal, nosso movimento estudantil mais ainda, pois são mais de 50 anos de existência, mais de 30 cursos e o DCE do CEUB tem mais de 30 anos de existência, formamos milhares de pessoas nesses anos todos. Não podemos permitir o aparelhamento político profissional partidário nas universidades. As universidades devem fazer e falar de política, mas um DCE não pode e deve estar a serviço de um único grupo, a pluralidade de ideias deve ser respeitada, coisa que nosso movimento não só prega, mas faz nesses mais de 8 anos de existência, nunca nos nesse sentido.

É urgente repensarmos o papel que o movimento estudantil tem no país. A educação é essencial para construção de uma sociedade mais justa, é o único meio capaz de transformar a vida das pessoas. Nesse sentido, nos perguntamos qual o papel desempenhado pela UNE União Nacional dos Estudantes) nos últimos anos? Nos principais debates e problemas do país sobre educação, a instituição não está presente, mas tomou posição político partidária sobre todos os assuntos de fora da educação.

Se queremos viver em um país mais desenvolvido e democrático, é necessário entender que os ambientes de ensino precisam estar conectados com a sociedade e com o desenvolvimento do país. Ideias retrógradas não cabem mais no ambiente educacional, os resultados das nossas eleições internas provam isso. A grande maioria dos alunos reprovou esses pensamentos utópicos e as mentiras (fake news) que a esquerda praticava nos movimentos estudantis.

Autor:

Rafael Calixto reeleito presidente do DCE do CEUB, formado em administração e cursando direito na instituição.

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