No roteiro deste filme, que tenta ser o mais fiel possível, a música de Renato Russo- (Legião urbana), a gente aprende que no amor o improvável não existe. Dois personagens completamente diferentes – de um lado um garoto com seus dezesseis anos – Eduardo, ainda no cursinho para prestar vestibular, e do outro uma jovem médica se encontram por acaso numa balada. Na verdade, o encontro se dá após ambos se retirarem da balada, onde ele não se sentindo muito bem naquele ambiente, deixa o amigo que o trouxera para a noitada, após muita insistência. Mas ao sair para ir embora, perde por instantes o ônibus que o levaria para casa. Frustrado retorna ao local onde se dava a festa. Neste momento ele percebe a jovem Mônica sentada na calçada em frente, pensando na vida. Então ele aproxima-se e senta-se também.
Começando uma conversa, meio sem jeito (flerte de adolescente), oferecendo-lhe uma bala jujuba, ela não só acaba aceitando, como oferece uma carona para ele, em sua moto até a casa dele.
Antes de deixá-lo em casa ela o leva a sua, onde continuam a beber. Ela acaba dormindo no sofá, ele vendo a bagunça na casa, sem despertá-la, lava a louça e vai embora.
Até este instante, entre eles, nada existia, além de muitas brincadeiras e uma conversa trivial, recheada de alegria, simplesmente por estarem juntos.
Quando ela acorda fica surpresa em ver sua pia limpa, onde havia um monte de louça suja!
Suspira fundo – e pensa, a vida continua.
Ao amanhecer, – uma surpresa, vê que ele deixou o telefone dele escrito perto da janela, claro que propositalmente!
Ela liga! Marcam um encontro. E a amizade timidamente se inicia, apesar de nada declarado.
A partir daí, tudo fica mais emocionante. Ela com sua turma de jovens adultos acaba envolvendo o jovem, que logo se apaixona. Ela é bastante independente e a princípio resiste. Mas o garoto acaba conquistando-a. O namoro se inicia e esquenta. O cenário não é muito caracterizado, mas sabe-se que é a cidade de Brasília -DF. O namoro se firma e Eduardo leva Monica para conhecer o avô – militar linha antiga. E no jantar de apresentação, que por sinal é a comemoração de Natal – ela se revela vegetariana. Um mal-estar é criado. Há um conflito de ideias. O clima fica difícil. Ela levanta-se e vai embora levando Eduardo junto. Vão para uma aventura num lugar onde há cachoeiras e local para nadar – Há nudismo! Acampados com a turma, divertem-se muito.
O enredo ganha força. Me emocionei até as lágrimas!
Voltando as cenas do filme. Fica claro depois de um tempo – que os desejos dela – não são os desejos de Eduardo. Percebem o quanto são diferentes. Discutem. Ela recebe uma carta que esperava muito- Precisam de uma médica no Rio de Janeiro – ela muda-se para lá. Ambos ficam tristes. Em dois posteriores momentos: um encontro no RJ quando ele vende seu violão para comprar a passagem para visitá-la, e no outro – quando ela volta a Brasília especialmente para vê-lo – conversam: e as diferenças são verbalizadas veementemente por ambos os lados. Brigam e terminam…
Só depois de um tempo -quando Eduardo já está formado em engenharia. Ele recebe um convite para uma exposição dela, que além de médica era artista – A princípio diz que não pretende comparecer, mas meio relutante, segue o conselho de um amigo, e vai! Ao olhar as peças expostas ele percebe a representação de momentos que passaram juntos. Sorri! Finalmente estão frente a frente novamente. Beijam-se e conversam bastante, fazem planos para o futuro e o amor se reacende e prometem ficar juntos e ter filhos gêmeos. Até hoje só tinha conhecimento da música. Ao assistir “Eduardo & Monica” – acendeu em mim momentos felizes que passei na década de 80 e 90. Quem não assistiu. Recomendo. Final feliz para o filme e para quem o assiste.
Autor:
Jaeder Wiler
