Os usuários do iPhone 14 podem pedir socorro via satélite em situações de emergência, mesmo em áreas onde não há sinal de celular.
Para implantar esse serviço, a Apple investiu US$ 450 milhões na Globalstar, operadora de uma constelação de satélites, que ao receber um SOS vindo de um iPhone 14 transmite-o para estações terrestres localizadas ao redor mundo. Essas estações, por sua vez, encaminham o pedido de socorro aos serviços de emergência. Atualmente, essa funcionalidade está disponível apenas na Europa e na América do Norte.
Agora, a fabricante de chips Qualcomm e a operadora de satélite Iridium, anunciaram um acordo para disponibilizar serviços similares aos usuários de novos smartphones Android premium, ainda em 2023.
A Qualcomm está chamando seu serviço de Snapdragon Satellite, o qual permitirá não apenas mensagens via satélite para uso emergencial, mas também o uso de mensagens SMS e a utilização de outros aplicativos de mensagens. A Qualcomm diz que a ideia não é restringir o uso da tecnologia às situações de emergência, mas também viabilizar o uso de smartphones em locais remotos e em alto mar, além de, no futuro, permitir que notebooks, tablets e dispositivos componentes da internet das coisas também a usem.
A constelação Iridium é composta por 66 satélites, permitindo que o novo serviço seja utilizado em todo o planeta, desde que o smartphone possa ser apontado para o céu.
Ainda não se sabe se os usuários do serviço precisarão pagar por ele; essa será uma decisão de cada operadora de telefonia celular – a Apple oferece o SOS de emergência gratuitamente por dois anos.
A parceria entre a Iridium e a Qualcomm reflete uma tendência no sentido de ampliar a utilização de conjunta de dispositivos móveis e redes com tecnologia de satélite: a T-Mobile fez parceria com a SpaceX visando usar seus satélites Starlink para fornecer cobertura em áreas remotas onde não serviço de celular. Já a Verizon, está desenvolvendo projeto similar em parceria com a Amazon, utilizando a constelação Kuiper, que esta vem desenvolvendo.
Trabalhos como estes confirmam que a integração de tecnologias usualmente gera muita sinergia.
![](https://jornaltribuna.com.br/wp-content/uploads/2022/03/vjb-tribuna-mack-1-1.png)
Autor:
Vivaldo José Breternitz. Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas