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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

O principal é você!

Destruidores são quase sempre tão malvistos, sendo, porém, tão necessários quase sempre…

O homem se mantém, se constrói, desconstruindo todas as coisas. O que são, afinal, as coisas feitas pelo homem, se não o desfazer de todas as coisas? Para que possamos fazer livros -ou simplesmente o papel de que os livros são feitos- para que possamos fazer uma cadeira, outros móveis e todas as demais coisas, precisamos, seja por assim dizer, “desfazer” árvores e tantas outras coisas que jamais fizemos.

Para que exista o adulto, é preciso que, definitivamente, a criança “deixe de ser…”. Todo ato de construção é, antes de tudo, um ato de desconstrução. O pintor ou desenhista precisa destruir o branco da tela ou da folha, para que, neste ato, construa uma bela obra de arte! Se Michelangelo ficasse inerte diante do bloco de mármore, “compadecido” deste, se não se lançasse sobre o bloco, freneticamente, com o seu cinzel, “abrindo feridas”, ele nunca teria revelado a sua genialidade, e jamais teríamos o privilégio de contemplar as maravilhas de sua criatividade… A base de todos os feitos é o desfazer, de todas as construções é a desconstrução, a destruição. Se você não tiver a coragem e o empenho necessários para destruir alguma coisa, nunca será capaz de construir coisa alguma! E qual coisa é mais importante a ser feita pelo ser humano? Ele próprio! Quem não tem a coragem para “desfazer-se” em cada passo, não conseguirá, em tempo algum, dar novos passos para “fazer-se novo”!

Obs: extraído do meu livro Filósofos de pescoço de girafa, comentado por Leonardo Boff, José Luiz Tejon, pelo professor Luiz Marins e outros.

Autor:

Cesar Tólmi – Filósofo, psicanalista, jornalista, artista plástico autodidata e idealizador da Neuropsiquiatria Analítica, com integração dos campos clínico, forense, jurídico e social.

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