- A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, renomado concurso organizado por professores da Poli-USP, visa estimular a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil
- Em sua primeira participação no concurso, a instituição teve, dentre os três projetos submetidos, dois grupos de estudantes classificados como semifinalistas entre mais de 4 mil concorrentes
São Paulo, Fevereiro de 2023 – Alinhado ao propósito de oferecer uma formação de excelência aos seus estudantes, o Colégio Santa Marcelina de São Paulo foi classificado, em sua primeira participação, como semifinalista na 17ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, a FEBRACE 2023, concurso organizado por professores da Poli-USP e amplamente reconhecido no mercado pelo seu alto rigor científico. Dentre os três projetos submetidos pela instituição, dois foram classificados em uma lista de 500 selecionados que concorriam com um total de mais de 4 mil.
Durante o ano de 2022, os estudantes desenvolveram um total de onze projetos, sendo seis dos 6º e 7º anos e cinco do 8º ano. Os três submetidos ao concurso pertenciam a grupos formados por estudantes do 8º ano. Os dois projetos que foram semifinalistas tinham como tema “Impacto das partículas geradas pelos cigarros eletrônico e convencional em Dieffenbachia amoena” e “Análise da massa de larvas de Zophobas morio em amostras contendo plástico com vistas à sustentabilidade”.
De acordo com a professora Andressa Pinter Ninin, chegar até a etapa semifinal do concurso foi extremamente importante, fomentando ainda mais o interesse dos estudantes pela pesquisa científica e abrindo portas para o mundo acadêmico. Além disso, segundo o professor Caio Chaves Barbosa, o fato de a maioria dos concorrentes já estarem no Ensino Médio gerou o sentimento de missão cumprida.
“Essa é uma grande conquista, pois o nível de concorrência é muito alto para os estudantes do 8º ano. Nossos dois grupos, que nunca haviam elaborado um projeto científico ou participado de arguições em bancas, foram muito elogiados e tiveram excelentes resultados”, comenta Andressa.
O caminho até a semifinal
A professora relembra que a primeira motivação do Colégio Santa Marcelina em participar do concurso foi em 2020, ao idealizar a implementação de uma disciplina exclusivamente voltada para projetos de ciências. Desta forma, com a criação da disciplina optativa “Itinerário – Ciências Investigativas” apenas para as turmas do Ensino Fundamental II, a possibilidade da inscrição no concurso tornou-se viável.
“No início do ano passado, apresentamos e divulgamos a ideia do Itinerário em todas as salas do Fundamental II. As inscrições foram abertas para os estudantes do 6º ao 8º ano, com a possibilidade de o 8º ano participar da FEBRACE, já que o concurso contempla apenas turmas do 8º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Assim, alinhamos que as aulas ocorreriam às sextas-feiras no período da tarde, no laboratório de Ciências da Natureza e no laboratório Maker, com o auxílio da professora de tecnologia educacional, Renata Martinez Moura, do técnico de laboratório, Gabriel Massami Izumi, além de mim e da Andressa”, relembra Caio.
Com o início do Itinerário, 43 inscritos na disciplina formaram grupos para desenvolver os projetos, os quais tiveram seus temas definidos pelos próprios estudantes. Os encontros semanais tinham como objetivo promover uma orientação direcionada para o desenvolvimento do projeto científico, onde os professores puderam apoiar a turma definindo um cronograma e uma metodologia para cada grupo, além de oferecer sugestões e incentivar questionamentos e reflexões.
Segundo Andressa, antes de submeter os três projetos selecionados à FEBRACE, o Colégio Santa Marcelina ainda proporcionou um evento onde os estudantes puderam realizar uma espécie de “treinamento” para o concurso. “Em um sábado letivo no último trimestre do ano, realizamos a ExpoSanta na escola, na qual os estudantes de todos os níveis puderam expor atividades e projetos. Nesse momento, os grupos que iriam ter seus projetos submetidos à FEBRACE já puderam treinar a apresentação oral para os visitantes do evento”, explica.
Após a divulgação do resultado, em dezembro de 2022, os avaliadores já enviaram um feedback com algumas orientações e, nesta fase, os estudantes precisariam seguir sozinhos. “Sentimos que os estudantes estavam preparados, pois além de cumprirem todos os requisitos exigidos pelo concurso, os dois grupos passaram por diversas etapas, incluindo duas avaliações orais pelo Zoom, com 15 minutos de arguição e foram avaliados por cinco especialistas de grandes Universidades em cada apresentação. Apesar de não terem sido classificados para a fase final, eles terão a oportunidade de participar da mostra virtual em março e aprimorar seus projetos para concorrer novamente este ano”, comenta Caio.
A importância dos projetos científicos nas escolas
Para o professor, a participação do Colégio Santa Marcelina na FEBRACE 2023 reforça a importância de estimular o desenvolvimento de projetos científicos não apenas em cursos de ensino superior, mas desde o Ensino Fundamental. Andressa esclarece que apesar dos docentes terem traçado objetivos distintos para as turmas do 6º ao 8º ano referente à disciplina de Ciências Investigativas, o propósito final da instituição segue sempre sendo fomentar a capacitação e o conhecimento dos estudantes.
“Para as turmas dos 6º e 7º anos, nosso intuito é fazê-los compreender como a pesquisa científica funciona. Já para os estudantes do 8º ano, o enfoque está em aprimorar a capacidade de testar, combinar, alterar e criar ideias que ajudem a atingir objetivos e resolver problemas cotidianos. Ou seja, desenvolver habilidades cognitivas complexas, como a busca por hipóteses e a revisão delas, além do planejamento e interpretação de experiências. Aliado a isso, oferecer todo o suporte para que os estudantes sejam capazes de sistematizar as ideias e resultados com a formalidade científica, a partir da produção de artigos científicos e diário de bordo”, esclarece.
De acordo com o Andressa, por meio de iniciativas como essa, os estudantes desenvolvem diversas habilidades socioemocionais, como ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, cooperar com os demais, solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso, bem como auxiliar o outro, quando há necessidade.
Outro ponto importante, segundo Caio, está no fato de que este tipo de iniciativa desperta a curiosidade, o interesse e o talento dos estudantes pela pesquisa científica, gerando maior proximidade, além de propiciar um intercâmbio de conhecimentos entre os professores, estudantes, cientistas, universidades, instituições públicas e privadas, órgãos de pesquisa, garantindo, assim, a conformidade com as práticas da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a qual afirma que o ensino de ciências deve acontecer por meio da promoção de atividades investigativas.
Levando em consideração a relevância destes projetos e das participações em feiras e concursos, Andressa enfatiza a relevância de manter espaços e profissionais qualificados para desenvolver a investigação científica nos estudantes, e garante que durante 2023, o Colégio Santa Marcelina seguirá por este caminho. “Este ano, pretendemos participar também de outras feiras externas, inclusive nas que os estudantes dos 6º e 7º anos possam participar, e promover parcerias entre a instituição e pesquisadores especialistas nos temas a serem desenvolvidos”, finaliza.
Sobre o colégio Santa Marcelina
O Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina foi fundado em 1838 por Monsenhor Luigi Biraghi, com o auxílio de Marina Videmari, em Milão, na Itália. Dedicada à educação, à saúde e à assistência social, a Congregação difundiu-se globalmente a partir da instituição de colégios, hospitais e obras sociais.
Atualmente, presente em 8 países, espalhados por 3 continentes, e em 17 municípios e 9 estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Tocantins, o Instituto segue com a missão de levar adiante, com empenho e entusiasmo, a educação, a formação, a cura e a construção do ser humano íntegro e da sociedade. Tudo isto alinhado à uma metodologia inovadora de aprendizagem, alinhada às principais tendências do mercado educacional.
Autora:
Maria Luisa Melo