Eu não entendo a tamanha desordem que está a minha vida. Há dias que a minha presença está insuportável. Não tenho o aval da vida para ser feliz. Contudo, devo me acostumar com a desastrosa, insuportável, conturbada e cansativa vida, pois o mal tenta se apoderar da minha alma.
As igrejas daqui, exceto aquelas cobertas de ouro, me deixam confortável, talvez seja a minha alma implorando por conforto. Caminhar por essas ruas me fez admirar a beira da minha vida. Beira pois a minha felicidade está à beira, e a tristeza está no espaço que sempre teve: a razão.
Não espere de mim a felicidade eterna. Não importa o quão gentil você seja, sempre será inútil e descartável. A gentileza é inata, não cobrada. Sejamos mais tolerantes. Estou totalmente presa em uma razão inexistente, não posso viver assim. Nem a pintura me tira da angústia; organicamente me sinto partida por essa essa dor que me consome. Meu destino é ficar sozinha comigo mesma, pois, apesar de ser uma companhia angustiante, é o que me resta.
Autora:
Tereza