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terça-feira, 27 de agosto de 2024

20 de janeiro

Estou cansada. Escrevo no feminino porque potencializa o que eu digo. Fiz muito e recebi pouco. Eu quero ser amado, mas quem não quer ser? Eu cheguei a amar, amei sozinho, um sentimento que deveria ser compartilhado. Hoje foi um dia terrível, aparentemente não consigo respirar. Não tenho amparo afetivo, pois eu sinto o mais íntimo do meu semelhante. Qual é o meu semelhante? O constituído de angústia, dor, solidão e taquicardia. Meu coração acelera as vezes e isso me incomoda. Em 20 de janeiro, fiz 20 anos de idade, mas não tenho uma presença humana que compartilhe comigo o fardo que é amar. A exaustão me consome, eu não tenho forças físicas para suportar as dores mentais. Eu sinto a tristeza correr em minhas veias sem sangue. Não quero mais a dor, quero saborear o prazer que é viver. Me encontro neste momento, 10 de março, sentado e com os olhos marejados. Não se trata de uma vida infeliz, mas a infelicidade de viver uma vida sem sentido. Dez dias se passaram desde aquele dia, mas a maldita sensação me persegue. Entenda-me, eu quero deitar com os pensamentos tranquilos, mas a tranquilidade é a minha inimiga. Hoje é 22 de abril, estou escrevendo a minha despedida. Uma cartela de remédio não é o suficiente, mas duas sim.

Autor:

Cleberson Martins Silva

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