A mostra “Os Mardines” irá até 17 de março (de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h), no Centro Cultural Candido Mendes, à Rua Joana Angélica, 63, Ipanema (RJ). Entrada franca. A mostra reúne mais de 60 telas de dois pintores, Edson Mardine e Edson Mardine Júnior. Edson, que além de colecionador de obras de artistas brasileiros e estrangeiros, há mais de seis décadas, revelou-se como pintor há quatro décadas. Edson Mardine Júnior segue o talento familiar com pinturas de altíssimo nível, mostrando-se sorver do DNA do pai. A reitora da UCAM, Andreya Mendes de Almeida Scherer Navarro, esteve presente no coquetel de lançamento dessa exposição, acompanhada de seu marido, Carlos Navarro, de diretores, funcionários e alunos da Universidade Candido Mendes.
Galeria Maria de Lourdes Mendes de Almeida promove sua primeira exposição de 2023
A noite foi palco para a presença de outros artistas convidados, de familiares e amigos dos dois expositores. Edson Mardine estava emocionado por comemorar seus 80 anos durante sua primeira exposição de pintura, acompanhado pelo trabalho de seu filho, que recebeu suas primeiras aulas no atelier do pai, seu ídolo e incentivador, ainda durante o período da pandemia de Covid-19. E foi neste período que a esposa de Edson Mardine veio a falecer dessa doença. Mas a noite de lançamento de “Os Mardines” estava reservada para um novo tempo, de comemoração pela vida, pela resistência e consagração de obras lindíssimas espalhadas pela Galeria, sob olhares atentos de apaixonados pela arte, emoldurada por sons de músicas comandadas por um DJ e o clima de verão da Cidade Maravilhosa.
Texto do crítico de arte José Henrique Fabre Rolim convoca o público a novos olhares sobre as telas de Edson Mardine
O crítico de arte José Henrique Fabre Rolim prefaciou a mostra de arte com um texto impecável, inspirado, denso, com adjetivos e metáforas que só os poetas conseguem escrever. Destaco um trecho dele: “O cromatismo impactante de suas telas proporciona um ritmo que empolga e envolve o apreciador. Uma obra nascida do desafio de perpetrar emoções em pinceladas gestuais que enobrecem sua trajetória, décadas a descobrir no gestual pictórico a plena liberdade de se expressar com a intimidade de sua alma”.
Navegar é preciso
Navegar é preciso, mas traduzindo por outras palavras o que Caetano consagrou na música ‘Os Argonautas’, viver é preciso, sempre, porque o coração não se contenta com pouca coisa, após as tormentas do mar revolto que enfrentamos na área da saúde. E foi isso que estes dois gigantes da arte colocaram em seus traços, formas e pensamentos rumo a um porto seguro, digo seguríssimo. Expo “Os Mardines” terá outros desdobramentos,a partir desta primeira exposição em Ipanema.
Edson Mardine conta sobre sua admiração pelo mundo das artes e de sua emoção em dividir o cenário da exposição com as obras de seu filho
“Eu sempre tive gosto por obras de artes, por transformar tela em algo que estivesse em meu sentimento, sempre com a benção de Nosso Senhor, Jesus Cristo, de São Jorge, meu padroeiro, e de Santo Antônio. Hoje faço questão de agradecer aos meus filhos, nora, netos e demais parentes aqui presentes. A pintura e o gosto por objetos de arte foram responsáveis por incontáveis viagens ao exterior, em busca de museus, galerias e artistas. Tudo isso me inspirou na vida, como autodidata, há 40 anos, a dar impulso à pintura. Somente depois de perder minha esposa, por Covid, que intensifiquei meus trabalhos como pintor, o que defino encontro de você com você mesmo. Aos 80 anos, vendo meu filho, aos 54 anos, seguindo meus passos, sei que ele vai levar esta energia para um público ainda maior. Eu sempre admirei este mundo das artes, de personalidades artísticas como Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e tantos outros.”, explica Edson Mardine, logo após tantos abraços e apertos de mão, além de fotos com seus convidados.
Sobre a UCAM, Edson Mardine diz: “Agradeço, em primeiro lugar, pela trajetória de meu filho, que estudou aqui na UCAM, onde teve excelente formação, além de muito bem acolhido. Em segundo lugar, quero agradecer pela aproximação pessoal, por conta da amizade que tenho com a reitora Andreya Navarro e seu marido, Carlinhos. Agradeço à UCAM por esta exposição tão marcante em minha vida, e por me receber de braços abertos”.
Edson Mardine Júnior: acadêmico da pintura celebra sua primeira exposição ao lado do pai, na universidade onde se formou em Direito
Edson Mardine Júnior, que estava eufórico com sua primeira exposição em galerias de arte, não escondeu a alegria e seus prognósticos para este ano: “Eu sempre trabalhei com música e poesia, mas as artes plásticas entraram na minha vida para sempre, de forma a expressar algo mais em minha formação, na companhia de meu pai, principalmente depois que perdi minha mãe por Covid. Meu estilo é um pouco diferente, mais voltado ao concretismo, mas fui inspirado por meu pai também. A geometria me inspirou bastante, porque sempre gostei de arquitetura, mas sigo também por caminhos que me levem sempre ao novo”, afirma Edson Mardine Júnior.
Edson Mardine Júnior: “Hoje eu não vou dormir, com certeza”.
“Hoje eu não vou dormir, com certeza. Eu tenho vontade de, ao sair aqui desta inauguração, ir para casa e pintar quadros até os primeiros raios de sol, tamanha a certeza de que vou seguir nesta linda arte de pintar. Eu, que sou carioca e torcedor do Flamengo, só posso agradecer à Universidade Candido Mendes, onde me formei em Direito, aqui neste mesmo lugar, em Ipanema. Eu frequentava o campus durante meus estudos, mas aproveitava tudo ao redor, de exposições, cinema, teatro, palestras e eventos desta universidade centenária. Eu reconheço e aplaudo todas as iniciativas da Universidade Candido Mendes, como instituição e família, por contribuir para o cenário educacional e cultural do Rio de Janeiro”, conclui Edson Mardine Júnior.
Autor:
Alberto Corona
