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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Dias chuva, dias de história

O guarda-chuva é uma arma e, como tal, precisaria de porte.

Tenho um pouco de ranço das pessoas que andam debaixo das marquises com o guarda-chuva aberto.

Dominadoras. Não basta proteger a própria cabeça. Também querem mais uma camada de proteção ao penteado.

Em dia de chuva acontece uma disputa medonha na calçada. Para quem vê de longe parece uma manada de cervos em migração. Você chega em casa destruído como se tivesse sido atacado. E foi.

Teve que se desvencilhar das galhadas. Das espetadas daqueles ferrinhos (cá entre nós, para que tantos ferrinhos?) enferrujados. Sim, porque é raro encontrar um guarda-chuva em bom estado. Eles vivem com defeitos.

Quando não está emperrado, não abre direito. Quando abre, vira ao contrário feito um paraquedas que só serve para passar vergonha.

Pode piorar? Claro que sim. Pior do que os guarda-chuvões são os guarda-chuvinhas. Meu Deus!

Enquanto o da mãe fura o olho, o da criança cutuca no meio das pernas dos desavisados. Às vezes, lá naquele lugar onde o sol não bate.

Não existe um manual de boas práticas de uso do guarda-chuva. Em época de pleito, esse é um projeto de lei que deveria estar em pauta.

O guarda-chuva foi feito para andar na chuva e ponto. Quem quer andar na beira das vitrines que mantenha o seu fechado.

Em dias nublados dizemos que o tempo se armou. Portanto, abra o olho. Quem anda de guarda-chuva aberto embaixo das marquises tá procurando briga. Tá querendo se engalfinhar… E como sempre, aposto que você só vai lembrar da sua arma quando começar a trovejar.

Autor:

Juliano Girotto é publicitário, poeta e um pouco palhaço.
julianogirottox@gmail.com
Instagram julianogirottox

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