Veja só que tolice nós dois
Brigarmos tanto assim
Se depois vamos nós a sorrir
Trocar de bem no fim
Para que maltratarmos o amor
Um amor não se maltrata não
Para que se essa gente o que quer
É ver nossa separação
A canção escolhida para servir de norte para minha crônica de hoje é uma de minhas favoritas… “Brigas”, do incomparável Altemar Dutra. Adoro essa canção. Motivo? Nenhum, em especial. Simplesmente gosto dela. essa canção, escrita por Evaldo Gouveia e Jair Amorim, fala da vida de um casal comum, com suas desavenças do dia a dia… e é isso que a torna tão humana, tão especial…
Quem, em sua vida conjugal, nunca teve algum tipo de querela com o seu par? E pelos motivos mais infantis do mundo? Acho que ninguém consegue viver ao lado de outra pessoa e passar em brancas nuvens, sem a menor desavença possível… afinal, são duas pessoas diferentes, tentando viver como se uma só fossem… e é claro que seus desejos, seus objetivos, seus interesses nem sempre são os mesmos… muitas vezes o motivo da discussão é tão bobo, mas tão bobo, que a pessoa que a iniciou termina não sabendo como encerrar a discussão… acontece. O problema é que, se você fica sem saber como encerrar a briga, e ela fica pendente, futuramente trará consequências, tanto para você quanto para seu par. Por que? Simples… conflitos mal resolvidos são a semente para um mal estar entre os dois que, se não solucionado, pode chegar até mesmo à separação…
A torcida ao nosso lado existe, tanto a favor quanto contra o casal. Afinal, existem vários jogadores esperando a vez de sentar-se à mesa e tentar a sorte…
O melhor da briga, dizem, é a reconciliação… pois o amor entre os dois é reforçado ao perceberem que realmente precisam um do outro para se completarem. O melhor mesmo é que não haja briga e que os dois não precisem se reconciliar. Mesmo porque sempre sabemos como uma briga de casal se inicia, mas não temos a menor ideia de como ela poderá terminar. Em uma desavença do casal nunca se sabe, realmente, quem está certo e quem está errado. Porque? Simples… os dois tem uma parcela de culpa e uma parcela de razão no conflito que se iniciou. Tanto as esposa quanto o marido tem suas razões, válidas, para defender seu ponto de vista durante o conflito. Ganhará as discussão aquele com maior poder persuasivo… o que partir primeiro para a violência física, com certeza será derrotado… a menos que seja a mulher que tenha começado e acabou levando a pior… aí o marido perderá a discussão duas vezes…
Não, eu não estou puxando a sardinha para a brasa de ninguém. Mas é que, quando se fala em violência doméstica, o marido sempre é apontado como o vilão da história… e nem sempre é assim… muitas vezes a única coisa que ele fez foi tentar se defender… eu conheço algumas histórias… por exemplo, tenho uma prima que brigou com o marido, bateu nele, ele se defendeu… acabou preso porque havia agredido sua mulher. É claro que depois disso os dois se separaram. Mas o centro da história foi que a vítima real do conflito foi ele, mas acabou sendo considerado culpado e foi penalizado por isso…
Por falar em vida doméstica, já se perguntaram porque a maioria das pessoas prefere ficar fora de casa, em barzinhos e outros lugares de diversão? Hoje em dia tanto a mulher quanto o homem fazem isso, mas até a algum tempo atrás essa era uma característica tipicamente masculina. E então? Já tem uma resposta à minha pergunta? Não? Então, vamos lá… na minha opinião… e isso não quer dizer que estou certa, quer dizer simplesmente que é o que eu penso… as pessoas tendem a se reunir em grupos para beber, jogar e se divertir, protelando seu retorno para sua casa no final do dia simplesmente porque não conseguem ver ali o lar aconchegante que imaginavam ao se casar. E, por não terem suas expectativas satisfeitas, preferem se afastar daquele local que consideram não acolhedor a tentar transforma-lo no paraíso de seus sonhos… a culpa por não se sentir bem naquela casa será sempre do outro, que não permite a ela tornar aquele o seu lar. Porque muitas vezes a casa é transformada em algo para ser mostrado para as visitas… quanto mais bonita e arrumada a casa for, mais bem sucedido e feliz o casal parecerá aos olhos dos outros…
Quando estão apenas os dois, longe dos olhos da platéia, acabam discutindo por insignificâncias que terminam por minar a sua relação, até que o rompimento definitivo aconteça. E seria tão simples evitar que as coisas chegassem a esse ponto… bastava escutarem a voz do amor…
São sete horas e cinquenta minutos dessa segunda feira nublada, onde os termômetros estão marcando 22ºC, mas a sensação é de bem menos, devido a umidade relativa do ar… a previsão é de chuva a tarde…
Que esta seja a melhor segunda feira que já vivemos em nossas vidas, e que Deus abençoe nossos lares. Até amanhã, se Deus assim o permitir… Beijos…
Autora:
Tania Miranda
