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domingo, 1 de setembro de 2024

A escola e o bullying

Bullying é a prática violenta utilizada por estudantes de todas as séries de ensino regular e obrigatório, se estendendo ao ensino universitário, para ameaçar, agredir, assediar de forma psicológica, física e/ ou sexual. Nasce o bullying dentro dos portões escolares como forma de impedir a convivência pacífica entre os estudantes por motivos de repulsas contendo intolerância racial, sexual, religiosa e por não aceitar determinados comportamentos que alguns estudantes apresentam em sala de aula, condutas inadequadas que por sua vez é aceitável no contexto familiar como, por exemplo, fazer perguntas fora do contexto, levantar-se a todo o momento, interromper e incomodar o trabalho de seus pares etc. Ora, estudantes que são mais retraídos, apáticos, tímidos e desta forma não conseguem relacionar com os pares para desenvolverem atividades em grupos. Estas características apresentadas pelas vítimas de Bullying, para muitos educadores e funcionários das escolas são consideradas brincadeiras normais e fazem parte do cotidiano escolar. Porém, as maldades para com as vítimas são desumanas e cruéis ao longo do período do ano letivo como, por exemplo: as Humilhações: Psicológicas, por xingamentos, apelidos, desenhos em forma de escárnio; Físicas, danos contra os materiais escolares, no corpo das vítimas as marcas de arranhões, beliscões, hematomas, por toda parte do corpo; Sexual: insinuações de atos eróticos, piadas de cunho sexual, vestes rasgadas, arrancadas, principalmente peças íntimas etc. Essas humilhações acontecem muitas vezes com aval e incentivo de professores que não possuem conhecimento da gravidade do Bullying nas vidas das vítimas estudantes ocasionando declínio no rendimento escolar, isolamento social e adquirindo patologias psicossomáticas como, por exemplo, Agorofobia, angústia, depressão e alguns casos de raiva, agressividade e assassinatos como ocorreu em Realengo no Rio de Janeiro, 2011 e Taiúva em São Paulo, 2003. Ações violentas que as vítimas adotam em suas escalas de valores para conseguirem se sentirem mais fortalecidas e vingadas pelas atrocidades que se fizeram com as mesmas. Muitas vezes estudantes vítimas de Bullying praticam situações desarmônicas com outros estudantes de outros anos considerados mais indefesos por serem incapazes de reagirem as agressões que são constantes, ocorridas de modo insistentes, intensionais em rebaixar afetivamente e ferir a honra no sentido de dignidade advinda de agressores por terem como incentivo estudantes que temem serem as próximas vítimas, apoiam as atitudes constrangedores e vexatórias. Ora, não havendo um ambiente harmônico dentro dos portões escolares. E a vítima não se sente acolhida por parte do corpo docente e algumas vezes por descaso da coordenação escolar. As famílias dos estudantes precisam estarem em alertas quando o estudante apresenta sinais de agressividade, dificuldade de aprendizagem, desculpas para faltar na escola, agridem animais de estimação, choro constante etc.

É de competência e responsabilidade integral das escolas intervirem prontamente contra a prática de violência Bullying para estancar as gravidades na vida individual e social de seus estudantes e evitar a reparação de danos por ações judiciais movidas pelas famílias dos estudantes menores de 21 anos, salvo em caso de emancipação. Promover políticas antibullying e adotar, nos conteúdos das aulas, atividades com temas transversais sobre afeto, compaixão, sinergia contra preconceitos é o melhor ensino para melhorar a convivência diária neste contexto escolar. E principalmente adotar medidas de Justiça Restaurativa entre os agressores, as vítimas e as famílias dos estudantes envolvidos. Finalizo com os dizeres de Rubem Alves: “O tato é o sentido que marca, no corpo, a divisa entre Eros e Tânatos. É através do tato que o amor se realiza. É no lugar do tato que a tortura acontece. “Bullying” é a forma escolar da tortura”.

Autor:

 João Francisco Mantovanelli. Formado em letras, especialista em psicologia escolar, bacharel em direito, pedagogo e especialista em direito urbanístico e ambiental. Acesso ao lattes: http://lattes.cnpq.br/6204218822832211 

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