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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A conquista

No sertão do Laranjinha
Escute o que eu vo dize
Foi um causo verdadeiro
Que eu vou contá pra voce
O Sr. Francisco Neve tinha muito bom vive
Levo cachorrada e arma que podia lhe vale
E o sertão do Laranjinha
Lá foi ele conhece

Hoje vamos mudar um pouco o foco de nossa crônica… vamos falar lá do inicio de nossas cidades, quando desbravadores vieram de várias partes do mundo para tentar uma vida melhor para os seus. A letra dessa moda de viola, composta por Capitão Furtado, Tonico e Tinoco conta um pouco da epopeia destas pessoas que largaram tudo para trás e se enveredaram pelo sertão para tentar a sorte em novas plagas. Não estou dizendo que elas eram heroínas, estou dizendo que seu intuito era dar uma vida melhor para seus familiares. E, se para isso era necessário expulsar os antigos senhores da terra, bem… então isso era o que tinha que ser feito e com certeza o seria…

Nos anos 1940 a região compreendida entre o Rio do Peixe e o Rio Tietê foram invadidas  por famílias de diversas etnias, com o intuito de colonizar aquela região. É claro que os antigos moradores, os caingangues não gostaram muito da história e tentaram defender seu território. Os bugres, como eram chamados pelos “conquistadores”, lutaram com unhas e dentes na tentativa de expulsar os invasores. Claro que não conseguiram.  Além de possuírem armas modernas, os colonos tinham a proteção do governo que, ironicamente, dizia estar defendendo os direitos dos gentios…sim, o Serviço de Proteção ao Índio, que supostamente deveria defender as nações que ali habitavam, promovia invasões às aldeias e arrendava as terras, levando a população original para reservas onde os direitos dos mesmos eram tolhidos.

Aqui não tem certo nem errado, ao menos se estivermos falando dos indivíduos envolvidos na história. Afinal, cada lado defendia o que a sua consciência lhe dizia estar certo. Os colonos estavam a procura do paraíso na terra, onde pudessem construir seu lar e constituir uma sociedade “justa e igualitária”, mesmo que não soubessem exatamente o que isso queria dizer. Os bugres (aliás, sabiam que essa palavra é de origem francesa, e que seu significado seria alguém traiçoeiro, não confiável?) estavam defendendo seu território, afinal era a terra de seus pais e dos pais de seus pais. E, de repente…

A história narrada pela canção de Tonico e Tinoco ilustra bem os confrontos entre os nativos e as pessoas que desejavam criar um novo lar. O inimigo era pagão então nada mais justo que tomar suas terras em nome do Senhor… e assim, de batalha em batalha, um povo foi subjugado pelo outro, e uma nova sociedade foi constituída…

São sete horas e cinquenta minutos desta terça feira ensolarada, ultimo dia deste mês de janeiro que foi um mês muito lindo  em nossas vidas. Que fevereiro seja ainda melhor e nos traga tudo aquilo que desejamos e merecemos…

Agora só escreverei para vocês quando fevereiro chegar…

Que Deus abençoe a todos nós e nos permita termos um dia simplesmente lindo e maravilhoso… que tenhamos discernimento para separar o joio do trigo em nossas vidas… Até amanhã, se Deus assim o permitir…

Autora:

Tania Miranda

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