25.2 C
São Paulo
quarta-feira, 24 de julho de 2024

Oficial ou Praça?

Todo presidente da república, terminado seu mandato como chefe do poder executivo, tem direito a nomear alguns assessores pagos pelos contribuintes: eu e você. Talvez seja um prêmio de consolação ou algo associado à nossa ancestralidade política imperial.

O atual presidente Bolsonaro iniciou as tais nomeações mesmo antes de findar, morrer seu mandato.

A curiosidade foi a origem dos assessores que o acompanharão na festa do pijama. Apesar de continuar a prevalência de militares, mudou o extrato das escolhas, saindo do grupo dos oficiais de alta patente para o grupo dos praças. Mas militar não é tudo igual, patriotismo e tal? Poderia perguntar uma pessoa qualquer. Pessoa qualquer pode ser considerada aquela que participa do processo “democrático” somente com seu trabalho, pagamento de impostos e voto de cabresto.
Não nobre pessoa qualquer, no meio militar há dois grupos distintos: o grupo dos oficiais e o grupo dos praças (favor não confundir com o homônimo do lazer). No grupo dos oficiais há subdivisões: oficiais generais, superiores, intermediários e subalternos. No grupo dos praças é tudo praça mesmo. O oficial tem “posto”, o praça tem “graduação”. Nosso presidente é oriundo do grupo dos oficiais intermediários (capitão).

Enquanto ocupava a presidência, com competência para contratação aos milhares, com salários altíssimos, o foco do mandatário-mor era a elite militar, os oficiais generais. Vários foram agraciados em ministérios, estatais e outros cargos com gordas gratificações.

Com a chegada da aposentadoria e sua volta a uma função intermediária, Bolsonoro optou por nomear assessores praças. Assim ele terá alguém lhe prestando continência diariamente. Até porque os generais não se submeteriam a essa inversão hierárquica nem aceitariam as pífias gratificações dos cargos previstos para os presidentes de pijama.

O presidente bem que poderia oproveitar a companhia dos praças assessores e ir jogar buraco na praça, agora lugar de lazer, pois de buraco o presidente entende, em todos os sentidos (econômico, político, social, …).

Como diz a música “Miséria” dos Titãs: “miséria é miséria em qualquer canto, riquezas são diferentes”.

Autor:

Manoel Júnior

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio