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domingo, 17 de novembro de 2024

Não somos mais os melhores!!!

Presenciamos no dia 18 de dezembro no Qatar um dos maiores espetáculos no cenário do futebol, a decisão da copa do mundo entre França e Argentina.

Nesse jogo, vimos prevalecer técnica, raça, tática, empenho… que não estamos vendo mais nas seleções que participaram desse mundial, dentre elas, o Brasil.

Em relação a participação brasileira, saudosistas e ou otimistas demais viram surgir a possibilidade de que o Brasil iria trazer o Hexa. Não sei se pessimista demais, ou racional, nunca acreditei nessa possibilidade, considerando os pontos frágeis que a seleção apresentou no mundial.

Vencemos a Sérvia só no segundo tempo. Tivemos muitas dificuldades para transpor a defesa da Suiça. Perdemos para a seleção de Camarões, alegando que estávamos jogando com time reserva. Alegação essa que não me convence, uma vez que o time reserva tem que estar à altura dos titulares, pois são esses que precisam estar prontos para entrar no jogo a qualquer momento.

Assistimos com reserva analistas afirmando que após o jogo contra a Coréia: a máquina começou a funcionar, até porque vencemos por 4 a 1. Nos parecem ingênuo demais acreditar que vencer a Coréia já seria o bastante para conquistar a 6ª estrela.

Chegamos as quartas para disputar com a Croácia, nada mais, nada menos do que a última vice campeã mundial. Vimos a equipe brasileira que parece nunca ter visto a Croácia jogar. As vezes penso que o técnico brasileiro esqueceu de por os jogadores para assistir os vídeos taipe dos jogos da Croácia.

Penso que o treinador brasileiro não parou em nenhum momento para estudar como jogava a equipe da Croácia, onde concentrava seus pontos fortes, quais eram seus pontos frágeis.

Esperava mais do arqueiro brasileiro que saiu mal nos gols na disputa

de pênaltis contra a Croácia. Em nenhum momento acreditei que os laterais brasileiros estava a altura para compor uma seleção que almejava conquistar a 6ª estrela.

Preciso lembrar os saudosistas/otimistas demais que após o último mundial conquistado pelo Brasil em 2002, nas últimas cinco copas, nossa seleção se quer chegou ao pódio. Feito esse que nesse mesmo período a Croácia já subiu três vezes, inclusive, sendo vice campeã em 2018 e, ocupando o 3º lugar em 2022.

Na minha opinião, com os laterais que fomos a copa, com o camisa 8, que nunca fui convencido porque ocupava um lugar na seleção, com uma dupla

de zaga convocada que não estava a altura se quer de ocupar a reserva do time brasileiro, tinha certeza: essa seleção não iria chegar à final, aliás, fomos longe e, só chegamos até aí, diante da fragilidade das equipes que enfrentamos na fase de grupos e nas oitavas.

O que faltou? diria: bola! raça! tática! um líder em campo! vós de comando e pulso firme do treinador!

Sejamos sinceros: em 6 anos e 5 meses ininterrupto, duas copas, 84 jogadores testados, o treinador não conseguiu formar uma equipe competitiva, capaz de se quer chegar à final do mundial. Ressalto, nenhum técnico brasileiro teve a oportunidade de treinar a seleção duas copas seguidas sem interrupção.

E agora? será que o treinador brasileiro assistiu a final entre Argentina e França? Será que tirou proveito de como armar taticamente uma equipe competitiva? enfim, será que percebeu que ler, estudar, analisar as equipes que vão disputar uma copa do mundo, são, estão e vão preparadas?

Fica a lição aos otimistas, saudosistas demais a alerta de que, o futebol se globalizou. Não somos mais os melhores. Talvez o que ensinamos algumas décadas atrás, precisamos voltar para os bancos das escolas, sentar nas arquibancadas das arenas e perceber que raça, tática, técnica, empenho

[…], precisa ser resgatado entre treinadores, dirigentes, jogadores, porque se não, vão assistir por mais algumas décadas seleções como a Croácia que a 31 anos atrás nem existia, ocupar o pódio que reinamos por 5 vezes.

Autor:

Vanderlei Balbino da Costa é jornalista com deficiência visual, PhD em educação e Dr. em educação especial.

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