Máquina! Máquina! Não é a de calcular,
Tombar… nem a de digitar. A máquina que falo,
É a que bate, bate, bate Este taqui, taqui, taqui…
E vai escrevendo o que está aqui. Começa a escrever.
E as letras vão saindo no papel.
As palavras vão surgindo, se formando;
E formando os pensamentos de quem escreve. E o que escreve na fica ao léu.
A máquina que falo é a manual, Que nela escrevo meus poemas
Com rudeza, pesando os meus dedos Quando vou batendo, cavando bem de leve Cada palavra como as pisadas da ema, Que vai dando seus passos de grande peso, Que a marca que fica no chão
Por onde ela passa, vai mostrando.
Mas pego a lavanca e a empurro com a mão. Que os textos vão ficando
Com passos firmes… Mas às vezes eu erro! E paro de escrever… Pego o corretivo,
Apago o erro; e recomeço a bater o que é certo. Com aquele taqui, taqui mais ativo,
Que vão saindo novas palavras.
Mesmo sem digitar e sair na tela do computador Tão moderno que escreve mais facilmente, Conforme o que vai aparecendo pelo visor.
A máquina que falo É esta a manual,
Que escrevo de forma natural. Mas vou escrevendo, escrevendo… O que se escreve aqui é igual
Aos moderníssimos computadores Que, quando neles escrevem,
Não precisam de professores.
Mas sem essa ajuda, o que estou sabendo,
Vou batendo, batendo nesta máquina Tão pesada, que é cansativa,
De forma primitiva, mas grã-fina. É a que está encostada no museu E ainda com ela bate poemas seus. Porque não tem um computador! Mas a máquina manual lhe ajuda Da mesma forma, que se muda
Seus pensamentos, se formados ao teclado Daquela moderna máquina bonita!
De uma letra do guia-tipos decorados, Que faz como a manual,
Que escreve fazendo sublinhas,
Ficando as mesmas letras de forma textual. Máquina, máquina manual, máquina minha. Que ainda mais escreve, e como escreve!
Que dar vida às minhas palavras, Que, quando escritas por ti, são lavras
Do meu trabalho, dos meus sentimentos
Que tu, máquina sem vida, manual, tanto me serve.
Autor:
João Bosco de Sousa Rodrigues
