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terça-feira, 23 de julho de 2024

ESG no comércio exterior – a indústria farmacêutica no centro das discussões?

Alinhar a agenda em todos os processos e estender a preocupação dos quatro pilares de ESG para as empresas com quem se faz negócio é fundamental para esse setor

Deixar de focar apenas no lucro e ampliar a visão empresarial para o todo tornou-se primordial para empresas que adotaram o conceito ESG. Evidenciar o propósito corporativo (porque a empresa faz o que faz), somada à preocupação genuína com as pessoas e com os recursos naturais se faz necessário para aumentar a confiança de clientes, investidores e de fato, integrar os quatro pilares conceituais da sigla. 

Embora cada setor debruce nestas questões de uma maneira, as que atuam com Comércio Exterior precisam estar ainda mais alinhadas com estas práticas, uma vez que se trata de uma agenda internacional que interfere em todas as frentes, inclusive na melhora da imagem empresarial, em todo o mundo. Quando a empresa adota políticas que cooperam com questões ambientais, sociais e de governança a longo prazo, é possível aumentar, inclusive, a rentabilidade acima da média do Ibovespa, como retratado em pesquisas recentes. 

Para Jackson Campos, Diretor de Relações Institucionais da AGL Cargo e especialista em logística internacional, antes de uma empresa se intitular como ESG é preciso refletir se ela está agindo de modo positivo cooperando para estas pautas que tem como propósito minimizar os impactos ambientais e desenvolver empresas mais humanas, analisando inclusive as empresas com as quais ela faz negócio. “As empresas parceiras e terceirizadas também precisam adotar as mesmas práticas, se não, de nada adianta cumprir toda a agenda e fazer negócio com empresas que não adotam o mesmo posicionamento” – resume.

O especialista ainda ressalta que o  aspecto de sustentabilidade do ESG no Comércio Exterior sempre foi um dos assuntos que mais ganharam destaque e atenção. No setor, por exemplo, havia uma grande preocupação com o frete marítimo, pois ele é responsável por cerca de 2,5% das emissões de CO2. Mas com todas as políticas adotadas, a IMO 2020  determinou em janeiro de 2020 que a emissão de dióxido de enxofre, feita por navios, deveria ser reduzida de 3,5% para 0,5%. A regra tem como premissa reduzir substancialmente as emissões nocivas de enxofre emitida.

Em Comex, estas questões são extremamente importantes que precisam ser definidas, seguidas e acompanhadas por todos os setores. “Cada atuante deve reconhecer que seguir as credenciais de ESG não são responsabilidade exclusiva de apenas um departamento, mas devem ser aplicadas em toda a cadeia de suprimentos, senão o conceito se perde em alguma etapa” – resume Campos.

Falando exclusivamente da indústria farmacêutica, as exigências das pautas do ESG ficam evidentes por meio da alta cobrança dos mercados europeu e norte-americano quanto ao controle do processo produtivo, a rigorosa fiscalização dos órgãos competentes e as regras cada vez mais criteriosas para a produção, transporte, armazenamento e distribuição dos produtos para o mercado. “A inclusão de agendas sustentáveis no comércio exterior tem se mostrado efetiva e muito positiva, uma vez que as boas práticas têm se expandido em todo ciclo operacional da indústria farmacêutica” – resume. 

Por fim, Campos afirma que já é possível ver mudanças significativas, mas que ainda falta muito. Só nos últimos anos, a logística na indústria farmacêutica recebeu um maior investimento em meios de transportamento menos poluentes, melhor utilização do potencial de armazenamento nas entregas e um maior compromisso com tecnologia limpa em toda a cadeia logística e com isso, é possível afirmar o quanto o ESG tem impactado diretamente em como as empresas do Comércio Exterior interagem e fazem negócios.

Sobre o Jackson Campos: Diretor de Relações Institucionais da AGL Cargo, autor do livro Venda por telefone sem precisar visitar: Um guia para serviços de comércio exterior, Campos atua com comércio exterior e relações governamentais há anos, o que que o coloca em posição de destaque para abordar quaisquer desdobramentos relacionados à importação, exportação, comércio exterior e lobby dentro da logística farmacêutica internacional. O especialista que também é Fellow do CBEXs possui facilidade em explicar todos os processos e etapas que fazem parte do ciclo de vida de um determinado produto, desde a movimentação de seus insumos até a sua entrega no cliente, desvendando dados, estatísticas e revelando os percalços do comércio exterior. Saiba mais em: www.jacksoncampos.com.br

Autora:

Luana Farias

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