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segunda-feira, 24 de junho de 2024

Cansei de psicólogos que acham que sabem demais e ajudam de menos

Confesso que nenhuma experiência com psicólogos surtiu efeito em mim. A minha primeira experiência com uma psicóloga foi no auge da depressão grave. Lembro que eu detestava o caminho que tinha que percorrer para chegar até ela, era um bairro que me dava ânsia de vômito, por já possuir uma lembrança nada afetiva. Depois de 5 anos descobri o porque criava essa ânsia de todo lugar, cheiro, pessoa, ou coisa que me lembrava inconscientemente ou conscientemente de algo que me faz mal. Então, fui até ela por ter ótimas indicações, sedenta por parar de sentir tanta dor, sua abordagem ou forma de levar aquela conversa não surtiu nenhum efeito, não serei rude, ela era fofa, só não conseguiu me tirar do fundo do poço. No entanto, terei que dizer que ela tentou me converter à religião evangélica, me indicando um grupo de jovens, além de entupir meu WhatsApp de pregações, que para mim, naquele momento não fazia nenhum sentido. E até hoje não faz.

Eu sempre tive uma imaginação muito boa para criar uma vida bem melhor do que a realidade na minha cabeça, e confesso que me fez muito feliz viver com base na imaginação, sem me desvincular da realidade, claro. Pois era só fechar os olhos e colocar o fone tocando Yann Tiersen, que ao invés de um ônibus, eu passava a frequentar um trem, e o caminho da minha casa se transformava numa estrada cheia de laranjeiras. Nada nocivo. Mas ao contrário dela, que só estava tentando me encaixar em algum diagnóstico, não queria saber o que realmente um dia fez aquela menina sem vida feliz. Apenas estava focada em me definir com base nos últimos acontecimentos da minha vida, em que estive em depressão, vivendo em um ambiente extremamente tóxico e abusivo no meu trabalho. Sem contar que ela nem quis saber como eu era antes de me transformar naquilo.

Desesperada para sair daquela condição, frequentei centros espíritas, salas de meditação, yoga, recebi orações em casa e até me aventurei numa expedição solidária em Novo Airão (interior do Amazonas). Nessas vivências conheci muitas pessoas maravilhosas, e uma delas me apresentou Ângela, o anjo da minha vida. Com ela fiz terapia psicanalítica reencarnacionista. Ângela me atendeu por muito tempo sem cobrar nada, e conseguiu me tirar do estado de zumbi quase morta, para viva, vivíssima! Passei 5 anos com ela, só fui obrigada a romper o cordão umbilical, pois mudei de cidade. Mas confesso que é difícil esquecer uma profissional tão excelente quando só se encontra profissionais que deixam muito a desejar. A forma que Ângela trabalha me potencializou como pessoa, com ela consegui me perdoar, me libertar, aprender e construir uma autoestima saudável, que nunca havia existido na minha vida. Ela não apenas escutava, ela sentia, se importava, mostrava que se importava, e dava puxões de orelha quando necessário.

Ângela é didática, ela não está naquela sala tentando mostrar que é melhor que o paciente, ela realmente se importa e faz de tudo para fazer o paciente sair melhor do que entrou. Ela não só mostrava para mim onde estava o erro, ela sempre me presenteava com uma técnica melhor que a outra, ensinando-me como sair daquela situação, por exemplo, como diminuir ou aniquilar um hábito terrível, e por fim, me sentir melhor. Era tão eficaz que desenvolvi uma analogia que define sua forma de trabalhar. Era como se estivéssemos no meu jardim, seco e cheio de mato. Ela me ensinou a cavar a terra com as minhas próprias mãos, a encontrar as ervas daninhas, a arrancá-las, e a plantar uma flor ou árvore no lugar. Ela não deixava o buraco aberto, sempre plantávamos algo. No início ela me ajudava a regar as flores, mas depois que me ensinou, passou a ficar apenas ao meu lado, mas quando necessário, sujava as mãos novamente. Só que no meu jardim não existia apenas ervas daninhas, também nascem plantas venenosas ou espinhosas, e ela me mostrou que existem traços da minha personalidade presente no meu temperamento que não dá para arrancar, mas dá para podar. Ela não teve medo de criar vínculo comigo, já tomamos chá com bolachas antes de entrar no consultório, já reguei as plantas da clínica, e nada disso atrapalhou. Outra coisa, eu fazia faculdade de psicologia na época, mas ela nunca se sentiu ameaçada a ponto de soltar um: eu que sou a terapeuta aqui. Como outros profissionais que encontrei pelo caminho, quando só citei que havia feito e trancado por motivo de adoecimento e por isso estava naquela busca por melhora novamente.

Mudei de cidade e fiquei sem a terapia de Ângela, então tentei os postinhos próximo aos lugares onde eu morei. Minha primeira tentativa me fez ter vontade de me matar quando sai do consultório. Primeiramente ficavam abrindo a sala todo tempo interrompendo-me, nos fizeram mudar de sala duas vezes durante a sessão, aquela psicóloga claramente era novata, recém formada, que tinha cara de cachorro molhado e não conseguia se posicionar ao funcionário pedindo para que ele saísse, pois estava atrapalhando a consulta. Tive pena dela, confesso. Na primeira sessão eu contei 7 anos em uma hora e ela só me olhou com cara de assustada, no final ela repetiu diversas vezes: você vai conseguir vir mesmo? Vai arrumar um emprego, acho que não vai conseguir vir, em. Na segunda sessão a primeira coisa que ela fez foi me corrigir, referente ao que tinha contado a ela anteriormente, dizendo: eu queria te dizer que você está errada, você não sofreu abuso, você sofreu assédio. Bem seco mesmo, na lata, sem perguntar se eu estava bem. Bom, minha senhora, eu sofri abuso sim! Mas isso não vem ao caso. Em seguida foi só decepção, tudo que eu falava, ela tentava me corrigir de alguma forma, eu dizia: quero morrer, só penso em morte, estou mal. E desabava a chorar. Assustada, não falava nada, só me olhava, às vezes, tentava dizer nada com nada. Sai querendo literalmente me jogar da ponte. Eu só conseguia pensar, será que essa mulher frequentou alguma aula de psicologia, será que ela conhece alguma técnica de intervenção e crise?!

Na penúltima vez que tentei uma consulta com uma psicóloga pelo SUS, ela se sentiu claramente ameaçada quando contei que havia feito psicologia até o sexto período, dizendo: mas quem manda aqui sou eu. Eu juro que quis gargalhar, olha só uma psicóloga querendo disputar com a paciente, tadinha, precisa de terapia. Então foi de mal a pior, ela aumentou minha ansiedade diversas vezes dando conselhos imbecis, como por exemplo, aconselhando-me a tentar mudar o outro, ou mostrando que eu deveria ter aceitado a proposta de estágio – de uns 6 meses atrás-, mesmo trabalhando 8h por dia, e precisando do meu salário, pois havia a possibilidade de pegar 3 ônibus, para ir até Florianópolis, repetindo diversas vezes as paradas e bairros que eu deveria percorrer para chegar até lá. Juro que a explicação dela sobre percursos durou uns 20 minutos, e ela não parava. Além de falar que eu deveria tentar mudar as pessoas, ou me aconselhar sei lá, a mudar de vida, casa, cidade e até de família, ela ainda ficou falando das amigas, e das suas histórias com os namorados. Mostrando os conselhos que ela dá para suas amigas aprenderem a manipular seus parceiros. Caí na besteira de tentar me abrir mesmo assim, e contei que tenho crises de ansiedade constantes, e gostaria de saber o que fazer para elas diminuírem. Mas para minha surpresa, no final da sessão, ao me levantar para ir embora, disse a ela: eu queria saber manipular, como você tentou me ensinar. E ela respondeu: mas você sabe! Quando dá seus shows de crise de ansiedade. Eu fiquei tão chocada em ver uma psicóloga descrevendo uma crise de ansiedade e as vezes pânico, como “shows”, que congelei e não consegui falar nada. Só chorar depois.

Na última que tentei, foi quando denunciei a conduta ética da psicóloga e mudei de profissional na mesma unidade de saúde. Nas primeiras sessões ele me parecia muito competente, se mostrando conhecedor das técnicas e abordagens, admito que fizemos muitas descobertas cavoucando meu inconsciente. Só não me ajudou a me sentir melhor, eu sentia como se ele estivesse só cavando buracos no meu jardim, pois ele não sabia me dizer como tampá-los, como se fosse uma toupeira fazendo caminhos na terra. Mas para minha surpresa, no nosso último encontro ele mudou completamente de conduta e começou a me tratar mal, chegou a dizer que eu só contava coisas ruins na terapia e que eu fazia ele perder o precioso tempo de almoço dele para me atender, jogando na minha cara a denúncia que eu fiz contra a psicóloga anterior, dizendo que mesmo ela sendo ruim ela terminou a faculdade e tinha um emprego. Ele disse isso mesmo sabendo o quanto era frustrante para mim não ter terminado a minha faculdade.

Saí do consultório me sentindo extremamente mal, como se tivesse sido expulsa. Fora o que comentei aqui, ele falou diversas outras coisas e discutimos bastante. Naquele dia minha mãe ia me buscar, mas como sai bem mais cedo, eu fui andando em direção ao lago próximo a minha casa, chorando embaixo de sol quente no meio da rua. Tenho essa mania de sair andando quando algo me aborrece muito e me tira do eixo. Mas para minha surpresa, naquele dia eu me senti diferente, parece que por um instante, aquela Juliana que a Ângela ajudou a se descobrir, voltou. Eu me abracei e repeti diversas vezes: eu não vou te abandonar, ele não possui a verdade absoluta e não tem direito nenhum de te definir. Foi o que fez eu me acalmar, rasguei o papel de retorno e prometi para mim nunca mais pisar onde eu não sou bem-vinda. Essa foi uma das coisas que aprendi com a Ângela, desde então nunca mais fiquei em nenhum lugar que faça eu me sentir humilhada. Por fim, cansei de psicólogo, por enquanto eu prefiro lutar por mim sozinha, já basta ter passado por profissionais que só pioraram meu estado. E olha que eu persisti. A falta de profissionais que realmente se importam com paciente é raro, e foi assistindo ao documentário “O método Stutz” na Netflix, que confirmei que não estou errada em procurar um profissional que se importe com a melhora do paciente. Como disse Liz Gilbert, talvez não seja minha vida que esteja tão caótica, o mundo é que está.

Autora:

Juliana Sena. Redatora Publicitária – Escritora no blog: O Mundo de Ju Wix. Gosta de escrever crônicas sobre o seu mundo: onde tudo é possível e toda dor é sublimada. Siga seu trabalho nas redes sociais através do Instagram: @juprimavera_ e do Youtube: primaverapoética

16 COMENTÁRIOS

  1. Olá! Concordo que é bem difícil encontrar um profissional bom hoje em dia, mas não entendi pq Ângela era tão maravilhosa se ela também tinha uma linha voltada à religião. Na minha interpretação, você, por se identificar com o espiritismo, achou que uma linha reencarnacionista seria a melhor pra você, diferente da evangélica.
    De qualquer forma, se um profissional fala qualquer coisa, por menos que seja, sobre religião comigo, eu corro, pq a psicologia é ciência, não é feita de fé.
    Ah, a propósito, fico feliz que você esteja bem, que tenha funcionado pra você. Mas, caso sinta necessidade de encontrar uma profissional boa que é coisa rara, aproveito pra deixar aqui minha indicação da melhor que já vi até hoje (e olha que tbm não tive poucas experiências…rs) e o melhor, nunca envolveu religião na sessão.
    Alexana Ponto (21) 97962-8864. Faz online e tem preços populares para diversas minorias.
    Abraços

    • Olá, tudo bem? Fico feliz por ter lido minha crônica. Bom, sobre eu ter comentado sobre a psicóloga quis me induzir a religião praticada pela própria, se trata do assunto que na psicologia é antiético o profissional induzir o paciente a religião do mesmo. Não se pode pregar ou tentar converter o paciente. O que é permitido dentro da psicologia, é potencializar o paciente dentro da sua própria religião, e não importa o que ele acredite (por isso na faculdade é ensinado que o psicólogo precisa se despir de todo o preconceito antes de atender alguém). Sobre a Ângela, ela nunca tentou me converter, ela apenas foi a única profissional que me estendeu a mão no momento que eu não tinha mais vida, e por muito tempo me atendeu de graça. Meu texto não se trata de atacar nenhuma religião, apenas relatei o que aconteceu.

      • Oi Juliana! Sinto muito que tenha passado por tudo isso. Mas pelo seu relato, entendo que a Psicologia não parece ter se construído com nenhum dos profissionais, em nenhum espaço terapêutico. Obviamente e vc sabe, vários dos procedimentos que você identificou foram muito antiéticos e de uma violência extrema. Entretanto, como vc mesma relatou sobre o lado ético e laico da Psicologia, entendo que a Angela também não seguiu esse código. O “reencarnacionista” junto à abordagem psicanalítica tem esse viés da crença e não é conveniente que crenças se misturem ao tratamento psicológico. Aliás, esse é um assunto muito necessário a ser debatido, pois grande parte dos profissionais afastam a Psicologia da ciência, o que pode ser bastante perigoso. Por quê? Vemos diversas pessoas se utilizando de terapias integrativas como substitutas do tratamento psicológico. E essas terapias que muitas vezes possuem uma base voltada pra crenças e religião, acabam por mascarar sintomas e dando a falsa sensação de “cura”. Veja bem, não tenho nada contra tais terapias, desde que sejam meros complementos para auxiliar a lidar com tais sintomas, assim como é a atividade física, a meditação, etc. Psicologia é ciência e, como qualquer outra, suas abordagens possuem evidências de serem mais eficazes para o tratamento de um ou outro transtorno, uma ou outra condição. A psicanálise, a análise do comportamento, a gestalt, o tcc etc. podem auxiliar em diversos tratamentos, mas precisamos entender que uma pode ser mais eficaz em algum caso específico, assim como funcionam as especialidades médicas e seus tratamentos sugeridos.

        O grande receio que tenho é justamente o quanto os psicólogos se utilizam de meios que se distanciam completamente do que é a ciência psicológica, envolvendo crenças, e desvirtuando o tratamento em si.

        Além do mais, é importante destacar que nosso estado mental é fluido. Podemos viver uma fase x de depressão e, por conta dessa fluidez advinda de mudanças das mais diversas naturezas, a gente ter uma melhora natural, entende? O que não necessariamente significa que algo foi tratado.

        Enfim, espero não ter sido invasiva com esse comentário, mas achei importante trazer essa reflexão que vem trazendo muita confusão e atraso à profissão e às ações dos profissionais. Espero também que um dia você encontre um profissional incrível que possa não apenas trabalhar as diversas questões que vc traz, mas te oferecer um acolhimento, tão indispensável nas sessões.

  2. Olá Juliana! Tudo bom? Sou estudante de Psicologia, e eu sinto muito por você ter passado por tudo isso. Lendo l seu texto, eu pude perceber ainda mais sobre a importância de eu continuar estudando para garantir um bom atendimento aos meus futuros clientes, usando uma escuta ativa e olhando-os com bons olhos. Gratidão pelo seu texto. Suas palavras me fizerem querer ser uma pessoa e profissional melhor a cada dia.

    • Sou estudante de Psicologia e me preocupo muito com o cuidado com outro. Infelizmente sempre encontraremos “profissionais” assim, mas existem outros sérios que são pautados na ética e na responsabilidade que a profissão exige!!

      • Recebi muitos relatos de pessoas que passaram por alguns profissionais que agiram de uma forma equivocada, assim como foi comigo. Mas sabe Christiane, apesar de tantos, existem os que realmente se preocupam, e é nisso que precisamos nos concentrar. Pois, existem muitas pessoas boas no mundo, só que as ruins fazem mais barulho 🙂 Assiste o método Stutz na Netflix. É incrível! É sobre um psiquiatra que quis ir contra o que aprendeu de seu mentor, pois não queria ser mais um psiquiatra que o paciente sai do seu consultório do mesmo jeito que ele entrou. Eu já encontrei um psiquiatra maravilhoso que me tratou com dignidade, assim como a Ângela me tratou. Por fim, há esperança!

    • Olá, Ana, tudo bem? Querida. Fiquei muito feliz em saber que minha palavras incentivaram você a continuar se dedicando em busca de fazer o melhor para ajudar quem for que estiver a sua frente. Eu te desejo muita luz e que seus caminhos se abram na psicologia, com a certeza que você será uma ótima profissional 🙂

  3. A psicanálise seria a solução pra você. Porque ela vai na raiz do problema. Mais você tem que está aberta e aceitar o seu problema. Pra ansiedade remédios receitado por um bom pisquiatra e acompanhamento dele.
    O fato de você julgar e não aceitar os psicólogos já era um problema. Até que ponto estava realmente querendo descobri a causa de seus problemas? É através da fala, do choro e da escrita que vc consegui colocar pra fora sua criança ferida. “Remoer, recriar e transformar”. Autoconhecimento é a solução. Descubra-se é libertador.

    • Assim, obrigada, já fiz terapia com abordagem psicanalítica por 5 anos e foi incrível, inclusive comentei no texto.
      Não julguei, apenas relatei o que aconteceu. Nesse caso, já se trata da sua interpretação duvidosa 🙂

  4. Minha mãe morreu há 30 dias. 2 terapeutas arrogantes me deixaram minha cabeça mais confusa com nossa relação ainda não entendo o que foi nossa relação. Sabe aquele tipo de psicólogo que olha pra vc e deixa no ar….” Sei mais coisas de vc, do que vc…cuidado com os formados pela Puccamp, principalmente aqueles que não se especializam. Adoravam deixar as coisas no ar , no lugar de ir direto ao ponto. Hoje estou mais só e sem dinheiro do que nunca. Tenho a impressão que sempre desdenharam quem eu realmente era.

    • Olá querida! Sinto muito por você ter perdido sua mãe. Sua dor é imensurável e só você sabe o que está passando e sentindo. É muito triste você não ter encontrado um profissional que tenha lhe ajudado, mas te aconselho a continuar procurando. Assim como topei com muitos profissionais que agiram de uma forma duvidosa, também consegui encontrar uma terapeuta maravilhosa e um psiquiatra magnífico, que me ajudaram muito nessa caminhada. Se há vida, ainda há esperança. Então continue. Lembre-se, só continue onde você se sente bem.

  5. Sua pontuação ao longo de sua experiência é muito rica. A coragem de ter relatado sua experiência é um tapa simbólico aos conselheiros da moral que são outorgados por uma graduação a serem chamados de psicólogos.

  6. Oi, o ser humano é complexo. Eu não encontrei uma psicóloga que me ajudasse… Mas, eu encontrei numa dermatologista a ajuda que precisava. Você criticou o tempo todo…mas não disse claramente o que tinha… entendi que alguém lhe ensinou a lidar com seu próprio temperamento (Angela). Talvez alguém da sua família já tenha tentado mostrar, talvez um namorado, talvez um amigo , a diferença é que talvez, eu disse talvez, você só permitiu que essa Ângela chegasse a você. Seja pelo tom de voz, pelo jeito de olhar, pelo jeito de ser… Seja por real profissionalismo… Nós somos complexos… Se nós não nos conhecermos como vamos pedir ajuda para problemas que não idenficamos? No meu caso, eu tive que pensar… Tentar entender o que me afetava… Jesus Cristo antes de morrer disse para Pedro que este o negaria três vezes… Pedro não acreditou… Não tomou os cuidados necessários e negou Jesus três vezes… Será que não é importante saber ouvir uma crítica? Se esforçar para entender um conselho, uma ajuda? Enfim, eu realmente não achei um psicólogo com. Sabedoria para me ajudar, mas hoje percebo quão complexa eu sou. No fundo eu sempre soube o que precisava mudar… Só não sabia como…. O jeito foi viver, cair , levantar, aprender e fazer da terapia um espaço focado na minha limitação emocional, que eu mesma precisei identificar… Que você seja uma excelente psicóloga, uma excelente profissional. Sendo a melhor que você consegue ser, para não fazer parte das estatísticas de uma doença social chamada ansiedade… Cobrança demais , sem ajuda, gera isso… expectativas irreais gera isso…Enfim, saúde, mocinha!

  7. Que pena que você passou por essa experiência. Falar do que nos faz mal já é tão dificil…
    Fico me perguntando o que nos leva a encontrar um profissional inadequado uma e outra vez. Talvez o nosso desespero ou o fato de que as pessoas estão mais desatentas com o próximo (em toda profissão tem os que buscam resultados imediatos a todo custo), situação talvez agravada por práticas mal orientadas ou insuficientes. Felizmente os bons profissionais existem e você conseguiu, afinal, encontrá-los, mas infelizmente muitos ainda estão na busca ou desistiram, e isso é muito triste.
    Parabéns pela crônica, resultou ser importante para quem está na mesma situação que você esteve. Um abraço.

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