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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A foca e a bola de boliche

Havia num circo uma foca muito especial. Ela não fazia malabarismo com bolas normais, mas com bolas de boliche. Ela tinha o focinho duro como aço, por isso era capaz de brincar com as bolas de boliche sem se machucar.

Mas um dia ela espirrou durante o espetáculo, e uma das bolas de boliche caiu em cima do pé do dono do circo, que também era o amestrador de todos os animais que havia nele.

O homem começou a pular e a gritar de dor, e toda a platéia começou a dar risada e aplaudir, pensando que aquilo era uma encenação que fazia parte do show.

Mas infelizmente não era nada combinado.

A ingênua foquinha pensou que ia ser despedida depois daquele ato falho. Mas infelizmente, para o dono do circo seria muito pouco despedi-lá depois daquele erro.

Ele a trancou num freezer, onde o ambiente era frio até para uma foca. Queria que ela se tranformasse num cubo de gelo, para depois lancá-la no mar, a fim de que servisse de exemplo para os outros animais do circo, e eles nunca ousassem cometer um erro parecido com o que a foca tinha cometido.

No dia seguinte, pela manhã, o homem foi olhar o freezer para ver se a foca já tinha se transformado num cubo de gelo, e com um grande sorriso no rosto ele colocou aquele cubo na caçamba do seu caminhão, com a ajuda de um gorila que era muito forte.

Ao chegar na beira de um cais, ele descarregou o cubo de gelo na água. O que ele não sabia era que a água estava bastante quente naquele dia, por causa do calorão que estava fazendo, e em poucos minutos o cubo de gelo descongelou e a foquinha, que ainda podia respirar, se viu liberta daquela prisão.

O dono do circo já estava dentro do caminhão, se preparando para ir embora, quando viu aquela cena da foca liberta do bloco de gelo pelo retrovisor do caminhão. Ele ficou muito zangado e pegou um arpão que trazia no veículo para caçar o inocente animal.

Porém, fazia muito tempo que ele não usava aquele instrumento, e quando tentou acertar a pobrezinha, ele se desequilibrou e caiu no mar.

Como não sabia nadar, o dono do circo pediu ajuda para a foca, mechendo os braços desesperadamente enquanto engolia generosas porções de água salgada.

A foca bem que queria ajudar, mas não conseguiu, porque as suas nadadeiras ainda estavam muito doloridas por causa do congelamento, o que a impossibilitava de ajudar quem quer que fosse.

A foquinha só voltou ao normal alguns minutos depois, quando já não era mais possível fazer nada para ajudar aquele desalmado homem.

Autor:

Márcio Lobo

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