Três nomes diferentes, grandes resultados no século XX e uma situação inusitada marcaram as participações do país
O Brasil estreará na Copa do Mundo do Catar contra a Sérvia, no dia 24 de novembro, às 16h (horário de Brasília). Em 2018, os sérvios também apareceram no caminho brasileiro e foram derrotados por 2 a 0, na terceira partida da fase de grupos. Dessa vez, no entanto, eles prometem dar mais trabalho.
Com grandes nomes do futebol mundial, como o meia Milinkovic-Savic, o atacante Tadic e os artilheiros Mitrovic e Vlahovic, a Sérvia fará sua terceira participação em Copas do Mundo após a sua independência, e tenta, pela primeira vez, chegar ao mata-mata.
A história do país
Antigamente, a Sérvia fazia parte da Iugoslávia, país formado ao final da Primeira Guerra Mundial e composto também por Bósnia e Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Macedônia e Montenegro. A seleção iugoslava foi bastante competitiva no século passado, participando de seis Copas e conquistando a terceira colocação em 1930 e 1962, além dos vice-campeonatos europeus em 1960 e 1968.
Em 2006, 15 anos após a dissolução da Iugoslávia, os sérvios protagonizaram uma das situações mais inusitadas da história das Copas. Isso se deu por conta da guerra civil iugoslava, quando o país se desmembrou, com as repúblicas citadas acima se tornando autônomas. A única união mantida foi entre Sérvia e Montenegro.
Representando a nação servo-montenegrina, os sérvios se classificaram para o Mundial daquele ano. No dia 3 de junho, a seis dias da Copa do Mundo, Montenegro declarou formalmente sua independência. Cerca de 48 horas depois, a Sérvia fez o mesmo. Ou seja, no campeonato mais importante do futebol, a seleção de Sérvia e Montenegro correspondia a um país que não existia mais.
A grande oportunidade no Catar
Como Sérvia independente, a equipe chegou aos Mundiais de 2010 e 2018, mas não passou da primeira fase. Ainda assim, na Copa das vuvuzelas, as Águias Brancas, como é apelidada a equipe, venceram a poderosa Alemanha por 1 a 0, e mostraram que poderiam sonhar mais alto com o crescimento do futebol no país.
Em 2022, dotada de um time bem mais forte, o selecionado sérvio pode ser a grande surpresa da Copa do Mundo se chegar longe na competição e bater de frente com as principais seleções do planeta. Para tanto, precisará passar por Brasil, Suíça e Camarões, no grupo G.
O jornalismo de todo o mundo estará voltado para o Catar nesses meses de novembro e dezembro. Assim sendo, uma boa participação na Copa poderá trazer para a Sérvia um protagonismo mundial fundamental para um país que teve seu desenvolvimento tão atrapalhado por conflitos territoriais e culturais, desde a Idade Média.
Autora:
Giovanna Scarparo