*Christian de Cico, fundador e co-CEO da Arquivei
Já estamos no último trimestre do ano, momento em que a maioria das empresas devem (ou deveriam) estar se planejando firmemente em relação ao planejamento fiscal de 2023. Iniciar esse trabalho é fundamental, pois garante um encaminhamento de uma jornada de crescimento previsível e estável para o próximo ano. Isso sem contar que essa preparação antecipada viabiliza maior eficiência na organização de processos financeiros, traz conformidade à legislação, assim como o controle e cumprimento de todas as obrigações acessórias.
Para evitar qualquer surpresa desagradável neste processo, entendo que o fator primordial está diretamente ligado ao uso de ferramentas tecnológicas capazes de ajudar a estabelecer o compliance tributário. Hoje, o investimento em soluções automatizadas é o grande diferencial na jornada das empresas que conseguem realizar com êxito seu planejamento fiscal – ao contrário daquelas que insistem em não dar a devida importância para esses softwares. Isso porque, com o auxílio da tecnologia, o controle efetivo de todos os registros permite a apuração correta de todos os tributos, sejam municipais, estaduais e federais.
Apesar disso, ainda existem muitas companhias que não enxergam essa relevância e continuam executando essa atividade manualmente. Ao não investir na automação, elas atrasam os preparativos fiscais para 2023, uma vez que as técnicas analógicas tornam os processos mais lentos como um todo e ainda podem acarretar em erros humanos no processo – principalmente por conta de inconsistências nas apurações e pagamentos tributários indevidos.
Essa negligência mostra ainda que as empresas seguem suas atividades sem compreenderem o verdadeiro valor do registro fiscal. Basicamente, ele ainda é entendido por diversas corporações apenas como uma forma de apurar impostos, mesmo que possa ser um meio eficiente de acelerar o desenvolvimento dos negócios, pois o trabalho com dados possibilita que informações constantes nesses documentos sejam usadas estrategicamente por outras áreas e, consequentemente, permitam em muitos casos um aumento de produtividade na operação.
Uma situação constante que realça esse contexto de negação é que muitas organizações não se atentam ao prazo legal para realizar a Manifestação do Destinatário das NFes recebidas. Com o uso de soluções tecnológicas de controle e visibilidade, esse procedimento garante ao recebedor dos documentos a validação de que a nota fiscal não poderá ser cancelada e gera a oportunidade de indicar possíveis irregularidades ao Fisco, em caso de emissões indevidas contra o CNPJ da empresa.
Ou seja, está claro que recorrer a automatização traz uma garantia da obtenção de toda a documentação fiscal, controla prazos de manifestação e pagamentos de 100% da rede de fornecedores e, como resultado final, verifica se as escriturações estão em conformidade com a legislação. Sem que esses itens estejam em dia nos planos da empresa, mais do que não se preparar adequadamente para 2023, ela trava qualquer ideia de aceleração do crescimento no mercado.
Ao contrário do que algumas gestões podem ter em mente, as novas tecnologias unem o cumprimento das obrigações fiscais a um planejamento estratégico que ainda é pouco difundido no setor, porque consegue transportar tarefas simples, que são executadas por analistas para plataformas e softwares de gestão de NFes. Com esse ajuste, cria-se uma abertura de tempo significativa para os profissionais se dedicarem a funções estratégicas que impactem diretamente o negócio.
É um viés que não apenas traz melhorias nos procedimentos internos, como também aumenta o número de soluções que diminuem a própria carga tributária. Um bom exemplo disso é a chance da empresa fazer uma verificação de todos os documentos emitidos contra o CNPJ das organizações direto na base da SEFAZ (Secretaria de Estado da Fazenda), mesmo que sejam recebidos por e-mail. Assim, há uma visão completa dos registros fiscais, que, com consultas regulares, facilita o trabalho para iniciar o próximo ano com processos totalmente organizados.
Portanto, ainda que muitas companhias estejam atrasadas em sua preparação fiscal para 2023, fica cada vez mais claro a necessidade delas recorrerem a soluções automatizadas para obter 100% do controle da documentação em questão. A utilização de ferramentas tecnológicas não se trata mais de um modismo, que somente gera custos adicionais. Pelo contrário, é um caminho inovador, que abre espaço para os profissionais de contabilidade e de diversos setores atuarem de uma forma estratégica e em prol do crescimento da empresa.
*Christian de Cico é fundador e co-CEO da Arquivei, líder brasileira em produtos e serviços para gestão e análise de documentos fiscais. O executivo é um dos principais nomes do empreendedorismo brasileiro, sendo reconhecido por ajudar a revolucionar as soluções para a burocracia fiscal no país.