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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

O debate

De quinta para sexta-feira, dormi tarde e mal. Dificuldade em conciliar o sono após assistir o debate – o último antes do primeiro turno das eleições que se darão no próximo domingo. Levantei-me cedo, preocupações difusas, mas inarredáveis. O velho lexotan de que faço uso eventualíssimo, devidamente autorizado pela minha médica, nessas ocasiões da minha conhecida insônia terminal, estranhamente, não surtiu efeito. Subi ao escritório, meu recanto de reflexões às 5h15.

Logo o celular sinalizou a entrada de uma mensagem. Curioso fui verificar. Era do meu velho amigo Luiz Carlos Da Cunha, professor, arquiteto, artista plástico, escritor para quem, há pouco meses, tive a honra de prefaciar seu livro Memórias Brasilianas, com o relato crítico e sensível do período em que ele viveu em Brasília nas décadas de 60 a 80 do século passado.

Certamente, insone, tal como eu mesmo, que de Porto Alegre, às 5h46, enviou-me (e certamente a outros amigos) a mensagem:

“Debate Lula X Bolsonaro. Um espetáculo nauseante e esclarecedor.  Nas mútuas acusações de corrupção e imoralidade, ambos têm razão.”

Estalou na minha consciência o motivo da minha angústia: Eu também havia assistido o debate!  Não hesitei e encaminhei como resposta:

 “Observação perfeita, querido amigo. A pergunta que ficou é: Para onde caminhamos?”

E sua resposta, seca e conclusiva, não tardou:

“Para o abismo”.

Nada mais a acrescentar nesta crônica!

Crônicas da Madrugada.

Autor:

Danilo Sili Borges é membro da Academia Rotária de Letras do DF. ABROL BRASÍLIA. Brasília – Out.2022

danilosiliborges@gmail.com

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