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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Em qual extremo estamos agarrados?

O cenário eleitoral é uma festa de bizarrices.
Capitaneado pelos candidatos – o povo ignora sua memória – negligencia dados e até mesmo sua história – metralhando a oposição.
O mais chocante é que não há ideia – ideal ou ideologia.
A graça é fazer oposição a qualquer custo – pelo prazer do hate – com base até no que é fake.
Há quem desfaça amizade de anos e os que jurem afastamento eterno àqueles que ousem se opor ao seu candidato de estimação.
Somos pobres em pensamento, caquéticos em eloquência política e, mesmo assim, tentamos sustentar tantos porquês.
Falamos com propriedade sobre tudo! Desde o método para acabar com a fome, divagamos sobre o bolsa família e sobre os tratados internacionais – mas nunca lemos sequer um livro de Machado de Assis.
No máximo sabemos que, pelo cômico dito popular – ele foi quem castrou o Alves.
Entre os debates políticos no horário nobre, com o engajamento altíssimo no twitter (sim, esse é o atual termômetro da juventude ativa), assistimos a história que será estudada daqui a alguns anos na academia sendo escrita.
De um lado, a direita em sua corrupção velada, escondida por arquivos com sigilos centenários e, no outro canto, a esquerda com seu discurso inclusivista para ocultar os escândalos que foram suavizados pelos frutos de uma árvore envenenada.
O Brasil segue sem líder – o brasileiro está órfão.
A gente tenta defender um pai que sequer faz a obrigação.
Os candidatos são pais que não pagam pensão. Não cumprem a guarda. Não mantém o convívio. Não tem dignidade para nos liderar.
A verdade é que estamos sujeitos às mazelas de um desgoverno completo. A liderança do país é o exato reflexo da família média da nossa pátria.
A mãe luta pelos filhos. Trabalha, cria, sustenta e educa como consegue.
Os filhos – rebeldes e sem referência, crescem carentes e gritam com seus irmãos sem sequer saberem o motivo.
Todos querem estar certos – mas com qual objetivo?
Se a direita for a correta, o que ela ganha?
Se a esquerda for a correta, o que ela ganha?
NADA!
Todos querem apenas um pouco de voz, atenção e cuidado. Mas a gente foi treinado desde a primeira infância a brigar e gritar para conseguir ser ouvido.
Daí insurge a necessidade de ser extremista.
Num país de milhões – numa casa de inúmeros filhos – o brasileiro só quer ser notado por um pai que, com muito custo, colocou seu nome na certidão de nascimento.
No fim das contas – o extremo que todos estamos agarrados – é o extremo descaso.

Autor:

Douglas Turbay 

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