A polarização no segundo turno entre lula e Bolsonaro não constitui nenhum impasse para aqueles que agem de acordo com a sua consciência e não escolhem o candidato por indicação de partido ou sugestão de ninguém.
Quem não votou em primeiro turno nesses candidatos é porque entendeu que Lula e Bolsonaro não serviam para o Brasil. Logo, não há razão agora para mudar de opinião, sob qualquer pretexto. E seguindo esse raciocínio, diante da margem inicial que separa os dois candidatos, podemos considerar que o representante de esquerda está a um passo do Palácio do Planalto. Vivemos numa democracia e temos de respeitar as opiniões contrárias.
Assim, deve-se votar no candidato a presidente da República que expresse os seus sentimentos, as suas expectativas em relação ao destino do país. Se se observar que os candidatos não correspondem às suas perspectivas, por que não negar o seu voto? Ninguém é obrigado a votar em ninguém. O direito de votar é seu, embora o voto seja obrigatório. Por isso, sou a favor do voto facultativo, que representa, no mundo, quase 90% dos países.
A propósito do voto obrigatório – incompatível com o Estado democrático, responsável pela eleição e reeleição do quadro político nacional, repleto de políticos pendurados no cabide de emprego, de incompetentes, de elementos de condutas não ilibadas e dos políticos tiriricas -, o eleitor não tem de se deixar orientar por institutos de pesquisas, nem por lideranças políticas, nem por prefeitos ou outros políticos eleitos, para manifestar o seu voto no segundo turno presidencial.
Se os candidatos não preenchem suas expectativas, votar em branco ou anular o voto é um direito legal seu. Não se deixe iludir pela lábia de candidatos ou de seus prepostos. Exerça o seu direito constitucional amplo de votar ou não votar. Mesmo que você responda com voto negativo aos dois candidatos, você, como contribuinte, continuará com direito de poder contestar a má conduta de qualquer político eleito.
Tanto Bolsonaro quanto Lula são duas figuras populistas que não pensam a médio e longo prazo, incompetentes e com defeitos insanáveis.
Lula só não está preso por decisão questionável do STF, que, no entanto, não o absolveu das acusações que lhe são imputadas. Bolsonaro, por seu turno, devia estar preso por seu negacionismo à pandemia, e é responsável, sim, pela morte de muita gente.
Lula é acusado de corrupção. Bolsonaro também é acusado de corrupção: MEC, onde barra de ouro fazia parte de propina negociada por pastores; Covaxin, vacina indiana negociada por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciada pelo próprio fabricante; Bolsonaro trouxe o Centrão corrupto para dentro de seu governo; Bolsonaro interfere para que a suspeita de corrupção de seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nas rachadinhas da Alerj, não seja apurada; Bolsonaro não justificou, até agora, como a sua família adquiriu 51 imóveis, pagos parcial ou totalmente em dinheiro vivo.
Autor:
Júlio César Cardoso. Servidor federal aposentado – Balneário Camboriú-SC