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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Da horta aos Correios: o e-commerce e os desafios da venda de flores online pós-pandemia

O e-commerce sempre foi uma alternativa boa dentro de uma sociedade cada vez mais digital, mas, com a chegada de uma pandemia mundial, a modalidade se tornou mais que uma opção: virou uma saída para o caos econômico. Com um total de mais de R$ 161 bilhões, as compras online no Brasil bateram um recorde em 2021, de acordo com a Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento do e-commerce no país. O valor representa um aumento de 26,9% em relação ao ano anterior. No mesmo período, o número de pedidos cresceu 16,9%, totalizando mais de 353 milhões de entregas.

As lojas físicas mais tradicionais passaram a investir no e-commerce como uma solução não apenas para se adaptar à pandemia, mas também como uma possibilidade de ampliar as vendas e expandir.

Esse cenário trouxe diversas mudanças para os negócios online. Aumenta a concorrência e também a necessidade de realizar entregas mais rápidas e dentro do prazo, levando a novos investimentos. Segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o total de investimentos em transportes e logística vai somar mais de R$ 124 bilhões entre 2022 e 2026.

Em 2022, as lojas físicas começam a voltar com mais força, mas as vendas online já transformaram a dinâmica dos empresários. Hoje, muitas empresas apostam no e-commerce e reduziram o número de funcionários e até de unidades, tendo de enfrentar as novas variações e os desafios da atualidade no universo digital.

No setor de flores, houve perdas expressivas com a pandemia. Em março de 2020, o segmento deixou de faturar R$ 297,7 milhões, incluindo floricultores, no atacado e no varejo. Naquele mês, o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) alertou que 66% dos produtores de flores e plantas ornamentais poderiam falir até maio. Porém, entre quem atende pelo e-commerce ou pelas redes sociais, os resultados ajudaram a segurar as pontas ou até a aumentar significativamente os ganhos.

Para transpor os novos desafios do e-commerce, em especial entre o setor de plantas e vegetais, é preciso estar atento à integração entre etapas, gestão da logística, reposição de estoque, controle do fluxo de caixa, transformações digitais e novas tecnologias. Existem ERPs que ajudam a coordenar tudo isso sem impactar na qualidade do serviço e no prazo de entrega, bem como sistemas e programas que podem garantir a inovação dos negócios.

Além disso, o cuidado pessoal com as plantas é um toque a mais de carinho: embalagens personalizadas e robustas (que garantam o transporte seguro) e a escolha das plantações certas podem trazer aquele toque diferencial que o consumidor busca para se fidelizar definitivamente.

Os impactos da pandemia foram muitos, mas os aprendizados também. Descobrimos que as pessoas buscam compensar a distância dos entes queridos presenteando-os com flores e que essas plantas especiais podem fazer parte de histórias de vida. É preciso focar nos ganhos e nas lições e sempre estar atento às transformações que viabilizam atender as demandas e possibilidades da modernidade.

Autor:

Clóvis Souza é fundador da Giuliana Flores, maior e-commerce de flores do país, ocupando 70% no Brasil de market share no Brasil, com mais de 400 mil entregas feitas por ano – giulianaflores@nbpress.com

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