Neste 1° de outubro, é o 73º aniversário da fundação da República Popular da China. O Dia Nacional da República da China dá início à Semana Dourada, evento em que centenas de milhares de pessoas viajam para celebrar o estabelecimento do país, que ocorreu em 1949. Mas, em um cenário de desrespeito ao direito à vida e com um governo sendo acusado de cometer “genocídio”, será que alguém vai comer esse bolo? Comemorar não será nada fácil.
A comemoração da data acontece em meio a intensas discussões diplomáticas de proporções globais sobre a postura do Partido Comunista Chinês, em relação às minorias do país, com o recém-relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) ligado à violação dos direitos humanos que ocorrem no território chinês.
Em maio deste ano, Michelle Bachelet, ex-alta comissária da ONU, visitou a China com o intuito de investigar as acusações relacionadas às denúncias de perseguição às minorias étnicas. No relatório, divulgado em agosto, o Alto-Comissariado cita crimes contra a humanidade, casos de tortura, violência sexual, esterilização e abortos forçados e destruição de mesquitas.
No início da semana, Estados Unidos, Reino Unido e outros países colocaram no centro dos assuntos que envolvem a China um pedido ao Conselho da ONU para debaterem o tratamento da China aos uigures e outros muçulmanos na região de Xinjiang, no extremo oeste chinês.
“Não podemos ignorar violações tão graves e sistemáticas dos direitos humanos”, disse o embaixador do Reino Unido, Simon Manley, ao órgão da ONU na segunda-feira (26). “Este conselho não deve, não pode ficar em silêncio. ”
Autoridades chinesas e seus aliados dizem que o Ocidente está instrumentalizando o debate de direitos humanos para pressionar adversários geopolíticos. A China, mais uma vez, tenta silenciar toda e qualquer crítica ao país, chegando ao ponto de tentar desvalidar um relatório contra o país, produzido por uma entidade que deve justamente investigar as violações de direitos humanos, como a ONU.
O pedido dos países democráticos busca um debate na próxima sessão do Conselho, que começa em fevereiro. O documento será submetido à análise dos 47 Estados membros do Conselho. Acreditamos que é preciso que os grupos internacionais que são pró-democracia não deixem que civis chineses continuem a sofrer com a repressão política e de liberdades, como as que ocorrem no país.
O Democracia Sem Fronteiras (DSF), neste aniversário chinês, busca evidenciar a luta pelo respeito aos direitos humanos que cada cidadão chinês deve ter em seu próprio território e manifestar o seu apoio a todos os chineses.
Autor:
Jorge Ithallo dos Santos, presidente do Democracia Sem Fronteiras