A construção civil é uma das áreas que mais contribui para a emissão de gases do efeito estufa. O problema está diretamente relacionado à emissão de gases poluentes que aceleram o aquecimento global. Para ajudar a aliviar os impactos negativos, foi criado o conceito de crédito de carbono, em 1997, dentro do Protocolo de Kyoto, com o objetivo de reduzir as emissões de GEE no planeta. Segundo pesquisa feita pela McKinsey, em todo o mundo, esse mercado movimentou US$ 1 bilhão no ano passado, US$ 25 milhões só no Brasil.
Segundo o Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (Sidac), o setor de construção é responsável por quase 40% das emissões globais de CO2, a partir da combustão de combustível e por 25% das emissões gerais de gases de efeito estufa, o que o faz um dos grandes focos da urgência climática.
Por isso, nos últimos anos vimos um forte movimento de diversas empresas do setor de construção civil que estão empenhadas em promover ações que reduzam a emissão de gases. Dentro das alternativas atuais, há a compra de créditos de carbono e a destinação de resíduos para um descarte correto, evitando assim a contaminação do solo. Além desses dois pontos, podemos apontar também que ao seguir regras de ESG em todos os processos de uma obra, os players do setor conseguem atingir a redução de custos, já que há a possibilidade de reciclagem dos materiais que podem voltar a fazer parte das obras como novos produtos.
É importante destacar também que ainda é utilizado petróleo na produção de carbono. Porém, para o futuro, espera-se poder desenvolver carbono a partir da lignina (resíduos de madeira que sobram da produção de papel), o que tornará o concreto de carbono ainda mais sustentável e acessível.
Acredito que ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas vejo com bons olhos as iniciativas já propostas por empresas do setor em nosso país. É importante entendermos que a compensação das emissões é parte essencial das instituições que buscam seu espaço em um mundo de economia circular e cada vez mais eficiente. O primeiro passo para isso é fazer o inventário das emissões com a ajuda de empresas especializadas, traçar as melhores estratégias e, claro, apostar em recursos tecnológicos que sejam aliados durante esse caminho verde.
Autor:
Vinicius Callegari é Co-Fundador da GaussFleet, maior plataforma de gestão de máquinas móveis para siderúrgicas e construtoras.