Cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo atualmente, uma taxa de 11,4 mortes para cada 100 mil habitantes, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Outras milhões de pessoas experienciam comportamentos suicidas todo ano.
De acordo com a agência das Nações Unidas, em 2021, 70% dos casos ocorreram em países onde a renda é considerada baixa ou média. Além disso, entre jovens adultos nas idades de 15 a 29 anos, o suicídio representa 8,5% de todas as mortes e é a segunda maior causa nesse grupo, perdendo apenas para acidentes de trânsito. Entretanto, ao analisar o número de casos de suicídio por ano, o Brasil se encontra entre os dez países do mundo onde há mais mortes por suicídio. Entre 2005 e 2015, o total de suicídios no Brasil passou de
8.550 para 11.178, um aumento de 31%. Apesar dos dados, as políticas públicas de prevenção do suicídio ainda são pouco abordadas no Brasil, e raramente são objetivo de ações efetivas do Estado.
Políticas Públicas, Suicídio e Prevenção
Compreende-se como políticas públicas as atividades governamentais que
exercem alguma influência sobre a vida dos cidadãos, é “o que o governo
escolhe fazer ou não fazer”, ressaltando que a omissão do Estado também é uma decisão com impacto direto na vida da população. Exemplo de prevenção universal do suicídio é o “Dia de Prevenção do Suicídio”, onde toda a população é informada sobre a questão.
A OMS juntamente com quinze países organizou cinco pontos prioritários para o combate ao suicídio de forma humanizada que são:
Restrição do acesso a métodos empregados em comportamentos suicidas; Abordagem adequada pelos meios de comunicação;
Tratamento adequado de transtornos mentais; Programas adequados de educação e informação;
Busca ativa e acompanhamento de indivíduos com comportamento suicida
É PRECISO AGIR
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a elaborar estratégias de prevenção do comportamento suicida (BOTEGA, 2007, p. 8), mas apesar de tal avanço, o país jamais entregou um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio propriamente dito, enquanto as taxas de suicídio seguem crescendo anualmente, principalmente entre jovens (WAISELFISZ, 2014, p. 114).
O suicídio deve ser reconhecido como um problema de saúde pública, mas que pode ser prevenido. É necessária uma resposta nacional, com políticas públicas que abrangem os setores da saúde, aperfeiçoando a identificação e acompanhamento de indivíduos com transtornos mentais. A comunidade também tem um papel fundamental nesse trabalho de prevenção oferecendo um suporte a indivíduos vulneráveis, no entanto, o Estado não pode se omitir.
Autora:
Estter Alves