Nas eleições da internet, influenciadores tem papel relevante na escolha para cadeira do próximo presidenciável brasileiro
Segundo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cerca de 2,1 milhões de jovens entre 16 e 18 anos se tornaram aptos para votar (51,1% a mais em comparação com 2018). Ao mesmo tempo, dados, revelados pela TIC Kids Online Brasil 2021, apontam que 78% dos jovens brasileiros são atuantes nas redes sociais, o que torna estes canais um dos principais meios de influência nas campanhas eleitorais deste ano.
Nas redes sociais, os candidatos se adiantam para atingir o máximo de pessoas possíveis por meio da internet. No Instagram, o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro coleciona por volta de 20 milhões de seguidores. Já o representante do partido dos trabalhadores, Lula, tem mais de 6 milhões e Ciro Gomes conta com 1,4 milhões. Já Simone Tebet é a que menos se destaca nas redes, com pouco mais de 385 mil seguidores.
Com uma movimentação tão expressiva no meio digital é normal que os influenciadores acabem se envolvendo com as eleições direta ou indiretamente, já que esta é a pauta do momento. “Hoje em dia, os creators são induzidos a ter um posicionamento sobre todos os tipos de acontecimentos. Isso se dá pela grande pressão que sofrem de seus seguidores, que cobram posicionamentos e desejam que eles tenham valores e convicções semelhantes às deles. Com a política, não é diferente”, explica Thiago Cavalcante, especialista em marketing de influência, founder & CSO da Inflr.
Há pouco tempo, os candidatos utilizavam os conhecidos “showmícios” para arrecadar votos por meio da influência de artistas, mas a prática foi proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Agora, personalidades da mídia se manifestam publicamente de maneira orgânica em apoio aos seus candidatos de preferência. “Utilizar do poder de influência dos criadores de conteúdos não é proibido e é uma estratégia muito válida. A internet terá um poder ainda maior nesta eleição em comparação a de 2018”, explica Paulo Loiola, estrategista político e fundador da Baselab, aceleradora de campanhas políticas progressistas.
Recentemente a cantora Anitta, que acumula mais de 63 milhões de seguidores, considerando apenas o Instagram, foi premiada e reconhecida internacionalmente pelo VMA, uma das principais premiações da música nos Estados Unidos. Na ocasião, a cantora, que trajava um vestido vermelho, revelou que a escolha tinha relação com a luta pela melhoria do Brasil em clara referência às cores utilizadas pelo Partido dos Trabalhadores.
“O caso da Anitta é bem interessante e revela muito sobre a importância dos influenciadores para esta eleição. Após a manifestação da cantora, a popularidade do ex-presidente cresceu nos meios digitais. Com a internet, a artista consegue atingir um público que as campanhas convencionais não conseguem, como por exemplo, os mais jovens”, ressalta Cavalcante.
Segundo o Índice de Popularidade Digital (IPD), régua utilizada para entender melhor a corrida eleitoral, Lula teve uma alta de 62,6 para 77,8 após Anitta apoiar publicamente o candidato. O IPD é medido de 0 a 100 e analisa seis sites: Facebook, Twitter, Instagram, Google, YouTube e Wikipedia em critérios como presença digital (perfis ativos), fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem) e outros.
Entretanto, a nova estratégia do petista está atrasada em comparação com Bolsonaro. Eleito em 2018 com pouco tempo na campanha eleitoral televisiva e sem participação dos debates, o atual presidente mobilizou milhões na internet, com apoio claro de diversas personalidades desse meio.
“Existem algumas variáveis que influenciam uma campanha, quando alguma personalidade da mídia se posiciona como o número de seguidores, o engajamento desses seguidores e se os influenciadores falam sobre uma pauta que também é importante para aquele candidato. Precisa haver algum alinhamento em relação a isso, porque a métrica mais importante é o engajamento que precisa ser orgânico, já que, os candidatos não podem pagar essas pessoas”, pontua Loiola.
O CEO da Inflr explica que, para os influenciadores, nem tudo são flores e é necessário cuidado no momento de se manifestar politicamente. “Grande parte da renda de um influenciadores vem de publicidade e contrato, portanto, os criadores e as marcas precisam entrar em acordo sobre este assunto. Hoje, o marketing de influência vai além de um post ou stories. O que os representantes fazem fora das redes sociais também pode acabar afetando as marcas”, finaliza Thiago Cavalcante.
Sobre a Baselab
A Baselab é uma rede de profissionais eleitorais progressistas que são capacitados e recebem ferramentas e relatórios para gerir campanhas vencedoras, com atuação em análises eleitorais do contexto político nacional e ideias de posicionamentos. Disponibilizam gratuitamente em seu website um livro que foi escrito em parceria com a RAPS sobre campanhas eleitorais inovadoras e um newsletter diário via WhatsApp. Em seu canal no YouTube, publicam vídeos de aulas e cursos gratuitos. Para mais informações, acesse: https://www.baselab.cc/
Sobre a Inflr
A Inflr é uma AdTech do grupo Adgrowth, pioneira em ações com influenciadores digitais. Ela permite que as marcas se comuniquem com 100% dos seguidores de cada influenciador, por meio de diferenciais únicos no mercado, como a multisegmentação e o remarketing. Foi fundada em 2019 pelos sócios Bruno Niro, Thiago Cavalcante e Tiago Brandão.
Autora:
Beatriz Guedes