A política deveria ser tratada com maior seriedade e não como trampolim para se chegar às luzes da ribalta do poder. Segundo, não deveria ser exercida como profissão, cabide de emprego ou outros inconfessáveis interesses, mas, sim, em caráter transitório, sem reeleição, como uma prestação cívica do cidadão com o país.
Atualmente, 18 membros do Senado Federal, com mandatos até 2027, estão concorrendo a outros cargos – (governador): Alessandro Vieira (PSDB-SE), Carlos Viana (PL-MG), Eduardo Braga (MDB-AM), Esperidião Amin (PP-SC), Izalci Lucas (PSDB-DF), Jorginho Mello (PL-SC), José da Cruz Marinho (PL-PA), Leila Barros (PTB-DF), Luís Carlos Heinze (PP-RS), Marcos Rogério (PL-RO), Rodrigo Cunha (União-AL), Rogério Carvalho (PT-SE), Sérgio Petecão (PSD-AC), Styvenson Valentim (Podemos (RN), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e Weverton (PDT-MA); (vice-Presidência da República): Mara Gabrilli (PSDB-SP); (Presidência da República): Soraya Thronicke (União-MS).
Apenas a título de exemplo, vejamos a senadora distrital Leila Barros. A parlamentar nem bem se iniciou na política e já se lançou como candidata ao governo do Distrito Federal. É preciso maturidade e experiencia para governar uma unidade federativa ou presidir um país. O Brasil carece de mais seriedade na política para afastar os aventureiros.
Mas gradativamente observa-se que os eleitores vão aprendendo a escolher os candidatos. Vejam, a deputada federal por São Paulo, Joice Hasselmann (PSDB), em seu primeiro mandato, foi com muita sede ao pote, na última eleição, disputar a prefeitura de São Paulo e acabou derrotada de forma acachapante.
A interrupção voluntaria de mandato para exercer outros cargos configura-se estelionato eleitoral. Pois se trata de rompimento de promessas de campanhas feitas ao eleitor, responsável pela eleição e reeleição de cada parlamentar. Portanto, somente políticos biltres, indecorosos e sem respeito ao eleitor praticam tal imoralidade.
Quem defende a moralidade política jamais poderá votar em um político que descumpre mandato ou tenta a reeleição (política não é profissão e ninguém é insubstituível). Mandado político é para se honrar até o final de mandato. Quem não se comporta dessa forma não é merecedor de respeito e credibilidade.
A minha crítica representa o sentimento da maioria da sociedade, que está cansada de testemunhar a falta de compromisso e de respeito do político para com o eleitor.
Autor:
Júlio César Cardoso. Servidor federal aposentado – Balneário Camboriú-SC