Sustentabilidade é um conceito que refere-se a três pilares, questões econômicas, sociais e ambientais, é um conceito relativamente recente, que tem em torno de 50 anos a sua criação, e, é um conceito que surgiu de problemáticas contemporâneas, que foram ocasionadas por uma série de mutações sociais, que ocorreram com o passar do tempo ao longo dos anos, ocasionadas por uma série de fatores, entre eles o surgimento de diversas atividades profissionais, o aperfeiçoamento das técnicas, o avanço industrial, o crescimento acelerado de urbanização das cidades, o crescimento populacional, entre outros que ocasionaram também mutações econômicas e ambientais, desencadeadas devido aos fatores destacados, além de outras questões. Problemáticas contemporâneas essas, que foram ocasionadas por esses fatores, que surgiram de diversas mutações em períodos anteriores a chamada Contemporaneidade na Arquitetura e Urbanismo, período esse que, segundo a maioria dos críticos em Arquitetura e Urbanismo, nós consideramos a periodicidade do marco da criação da Bauhaus, aos dias de hoje, ou seja, à atualidade.
Podemos citar, sem precisar nos aprofundarmos em temáticas teóricas relacionadas aos Movimentos da Grande História da Arquitetura e Urbanismo, que questões de Estudos de Sustentabilidade, começaram a ter como pragmatismo de suas causas questões relacionadas as mudancas advindas de Partidos de Arquitetura e Urbanismo, que considero, ao meu ver, uma notória ênfase em influências das mudanças de partido estético ocorridas entre os Movimentos como o Barroco e o Romantismo, devido a considerável mudança de traço artístico nos Projetos de Arquitetura e Urbanismo nesse período, devido a grande ascensão industrial que ocorria na época, e especificamente, destaco esses movimentos relacionando-os ao tema Sustentabilidade à Arquitetura e Urbanismo, devido ao desejo da produção industrial voltada para à Indústria da Construção Civil, com forte influência nesses períodos. Motivo esse da mudança estética do traço do belo do Movimento Barroco, em relação aos movimentos posteriores a ele, passando pelo Romantismo, até chegar ao Modernismo (Criação da Bauhaus), aos dias de hoje, destacando a atual desejada aceitação pelos críticos de Arquitetura e Urbanismo, para que o Pós-Modernismo, seja aceito como um Movimento de fato de Estudos de Arquitetura e Urbanismo, considerando a já aceitação da Pós-Modernidade (vista como um período, como um recorte temporal), mas ainda existindo, a necessidade de um maior distanciamento do considerado e aceito Movimento Moderno, para que então, se aceite de fato o Movimento Pós-Moderno, ou Pós-Modernismo.
Podemos afirmar que existiu o fato do desejo do rompimento do traço do belo dos Movimento que antecederam ao Movimento Barroco, e que existiu o desejo da concepção de uma nova formatação de um novo traço, para a criação de um Novo Movimento concebido para ser voltado para à Indústria, ou seja, existiu o desejo da formatação de um novo traço artístico voltado para à Indústria, para que fosse estabelecido o Conceito de uma Nova Arte, vamos dizer assim, para à Arquitetura e Urbanismo, que fosse possível ser produzida de forma industrial, produção essa de artefatos, materiais de construção, possibilidades técnicas e até mesmo o uso de máquinário no canteiro de outras.
O Conceito de Sustentabilidade na Arquitetura e Urbanismo, deve ser pensado primeiramente junto ao pensar em questões técnicas a serem resolvidas sobre problemáticas e desafios comuns dos Projetos de Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo e Arquitetura de Interiores. Levando-se em conta questões como o dimensionamento do sítio, o layout, a implantação, os acessos de veículos e pedestres, o sistema viário, o perfil socioeconômico da população que usufruirá dessas edificações ou desses espaços construídos urbanisticamente, pensando também no montante a ser investido pelo cliente ou pelo estado, levando-se em conta as condições de suprimento por infraestruturas urbanas do entorno imediato do sítio, a fim de serem diagnosticadas desde o início as possibilidades de implantação de cada tipo de infraestrutura, solução ou técnica sustentável, para que então, após definidas e analisadas questões comumente estudadas em Projetos de Arquitetura e Urbanismo ditos convencionais, já analisadas junto ao pensar no porte das possibilidades de infraestruturas, técnicas e soluções sustentáveis, e a viabilidade financeira, técnica e legal da implantação de determinada dada infraestrutura, para que sejam posteriormente definidas as possibilidades dos tipos, também das marcas, e de determinadas soluções sustentáveis, peculiarmente e mais detalhadamente, a fim de se fazer uma análise mais profunda dentro do tema sustentável, levando-se em conta o pensar de uma melhor otimização das soluções escolhidas sustentáveis para a função do projeto, seja ele de arquitetura (nos usos institucional, residencial, comercial ou de uso misto dessas funções), ou no pensar do projeto de urbanismo.
Pensar esse, em Sustentabilidade, desde o início do desenvolvimento dos projetos, importante para otimização do partido inicial do projeto, levando-se em conta as considerações básicas de resoluções de projetos de arquitetura e urbanismo com intuito de se fazer uma pré-avaliação da real viabilidade da especificação de soluções sustentáveis nos projetos de arquitetura e urbanismo, visando uma compatibilização de especificações sustentáveis nos projetos em estudo com as demais especificações dos projetos, ditas convencionais, objetivando otimizar as decisões iniciais do exercício do planejamento desses espaços construídos arquitetonicamente ou urbanisticamente, já incluindo no pensar inicial também questões de viabilidade técnica e financeira da obra, como a manutenção financeira dessas soluções sustentáveis, porte do sítio para receber determinada soluçao sustentável, o montante financeiro desejado a ser investido no total da obra condizente com o valor de determinadas dadas soluções sustentáveis escolhidas, a viabilidade de fornecimento de determinada dada solução sustentável em determinada dada localidade do sítio a ser executada a obra, a distância do fornecedor de determinada dada solução sustentável ao canteiro de obras pensando no custo de frete para deslocamento de determinada dada solução sustentável ao canteiro de obras, o pensar no custo da manutenção financeira e técnica de determinada dada solução sustentável escolhida, entre outras questões.
Lembrando que todo Planejamento de Projetos de Arquitetura e Urbanismo, necessita de uma memória de um embasamento teórico, conceitual, muitas vezes também estudos de caso, ou seja, leituras conceituais de partidos projetuais, que vão ser necessários para que sejam embutidos no traço do projeto, todo aquele Conceito da Boa Arquitetura e do Bom Urbanismo, que é peculiar de acordo com o conceito, com a bagagem intelectual de cada Profissional Arquiteto e Urbanista, conceito esse adivindo das suas atividades acadêmicas e práticas.
Sugiro primeiramente, para que se façam contribuições sustentáveis em Projetos de Arquitetura e Urbanismo, que sejam feitos estudos teóricos e conceituais de uma forma geral em Sustentabilidade, e em Sustentabilidade relacionados à Arquitetura e Urbanismo, para que se entenda primeiro à problemática geral motivadora do surgimento da área de estudos de Desenvolvimento Sustentável em todas às áreas, para que após o Profissional Arquiteto e Urbanista possa estabelecer critérios para conceber, formatar, planejar, solucionar questões técnicas e demais questões de Projetos de Arquitetura e Urbanismo com o uso e aplicação de conhecimentos de soluções sustentáveis.
A visão teórica, conceitual em sustentabilidade, de uma forma geral, desde o pragmatismo da problemática do surgimento do tema em todas as áreas, é fundamental para serem tomadas quaisquer decisões sobre Desenvolvimento Sustentável também relacionados à Arquitetura e Urbanismo, e para que com o pensar inicial nessa bagagem conceitual sejam tomadas decisões projetuais, voltadas ao desenho , a forma, as especificações técnicas do projeto a ser materializado na forma de obra edificada no canteiro de obras, de forma contributiva ao pensar sustentável nos Projetos de Arquitetura e Urbanismo.
Podemos citar como exemplos de Práticas Sustentáveis, a escolha e especificação de materiais de construção e artefatos ecologicamente corretos, ou financeiramente viáveis de forma a serem considerados econômicos e contributivos para à sociedade, como, por exemplo, a preferência por opção de artefatos regionais que gerem emprego e renda para a população local, ou até mesmo produtos, artefatos e materias de construção produzidos por indústrias locais, regionais. Ainda, podemos citar como exemplo de práticas sustentáveis o uso de algumas técnicas construtivas que contribuam com questões ambientais, econômicas e sociais, como o uso dos Sheds, que são aberturas zenitais, que permitem a entrada de ventilação e iluminação naturais, nos espaços construídos, fechados ou até mesmo semi-abertos, sendo cobertos. Ainda, do uso de panos de vidro, que permitem a captação de iluminação e ventilação naturais, com o uso de esquadrias corretas, que permitem manusear esses montantes em vidro, ao longo das horas do dia. Outro exemplo, a definição correta da escolha do tipo de esquadrias (se pivotante, se basculante, se de correr, se abertura dita de giro), bem como do seu posicionamento e do seu dimensionamento nas paredes ou divisórias de ambientes em geral, também permitindo o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação naturais nesses espaços. O uso de brises, marquises também contribuem para este fim. A técnica da carta solar e de softwares de análises de iluminação e ventilação natural e artificial também possibilitam fazer essa contribuição. A opção por materiais que absorvam menos radiação solar também contribuem para este fim, assim como também a escolha por cores claras, principalmente nas fachadas também fazem essa contribuição. O próprio Design, a própria forma da edificação pode contribuir com essas questões de aproveitamento de ventilação e iluminação naturais. O que por conseguinte ocasiona contribuição econômica, com a diminuição de investimentos em equipamentos de climatização e iluminação artificial, como aparelhos de ar-condicionado, peças de iluminação, diminuindo o gasto energético e com isso economizando nos investimentos e manutenções mensais nas redes de energia, por exemplo. A preocupação com o cálculo de iluminação de espaços interiores e exteriores também fazem essa contribuição, assim como do light design, da locação das peças de iluminação, cuidados com altura das mesmas se locadas em estrutuas verticais, como paredes ou divisórias, assim como também a definição por opção do tipo da lâmpada, a fim de se otimizar o aproveitamento e distribuição dessa iluminação especificada nos mais variados projetos de arquitetura e urbanismo.
As possibilidades de contribuições práticas de estudos de Sustentabilidade na Arquitetura e no Urbanismo são inúmeras, diversas, como já citamos algumas, nesse sentido, saliento a importância do conhecimento de marcas de produtos, artefatos e materiais de construção ecologicamente viáveis, além de estudos de viabilidade financeira (econômica) da especificação desse tipo de produto, artefato e material de construção, de forma que tenha o pensar no cunho econômico, de acordo com o padrão da obra, o perfil social da população que será abrigada nessas edificações, o perfil financeiro do usuário dessas edificações, o desejo do cliente e do profissional arquiteto e Urbanista ao solicitar ou especificar esse tipo de solução sustentável, se por uma visão ou necessidade ambiental, econômica ou social. Em vista de tudo isso, percebemos que é importante também ficar atualizado nos lançamentos de produtos, artefatos, materiais de construção sustentáveis, assim como é importante também conhecer marcas desse tipo de produto sustentável, além de conhecer e se atualizar nas inúmeras possibilidades técnicas de Arquitetura e Urbanismo, que possuem eficiência em contribuições sustentáveis.
Sabendo que estudos de Sustentabilidade sempre visam contribuição social, necessariamente, em todas as áreas dessa ótica de estudo, enfatizamos a importância e a necessidade na atualidade, peculiarmente no Brasil, de estudos referentes as questões de infraestruturas urbanas, principalmente relacionadas à saneamento básico e questões hidrossanitarias, que atualmente, nessas primeiras décadas do século XXI, vemos em várias matérias de jornais e revistas, a precariedade em nossos territórios e cidades frente às problemáticas de caos urbano, fomentadas por tais questões principalmente em épocas de inverno, no que refere-se às condições de sistemas de drenagem das águas pluviais e a falta desse tipo de infraestrutura, em muitos territórios de nossas Cidades Brasileiras.
Autora:
Arq. Urb. Aline Cristinni Cardozo. Graduação UFC (Universidade Federal do Ceará); Pós-Graduação do PED (Pós de Especialização de Docentes) do Curso de Educação Ambiental e Cidadania, da ESPG, Escola Superior de Planejamento e Gestão. (Não concluído*).
Mídias:
Instagram @arqalinecristinnicardozo
Blog arqalinecardozo9.wixsite.com/my-site-1
