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terça-feira, 1 de julho de 2025

Do Eu à Lírica

Não me impeça de partir,

Distanciar-me de tudo o que vivi.

É justa minha insatisfação;

Esta ansiedade para deixar seus lodaçais, alcançar colinas, transpor pontes, ou — por que não? — descansar no silêncio tumular.

Suas reminiscências gotejam desamor e crueldade.

Não simule a dor que, francamente, não sentes!

Não chores!

Nuvens cinzas aparecerão como mantas de chumbo.

Contudo, os vapores da saudade desaparecerão na indiferença

dos desprotegidos.

Mesmo que meu refúgio sejam cavernas escuras, nelas estarei alheia aos tormentos dos crentes alpinistas.

Lá invocarei o Deus-corpo e com ele comporei uma canção à Mãe-Não.

Nos reconheceremos, Eu e Deus?

Ouçam os ecos das débeis elegias surdas dos carniceiros.

Aprisionem suas dores tardias em seus sentimentos rochosos.

A mulher-fábula caminhará.

Autora:

Tereza Duzai

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