A Busca da Eficácia Organizacional Conduz à Seguinte Questão: o Que Devemos Focar Para Agregar Valor? Os Aspectos Internos ou os Aspectos Externos da Empresa? A Estabilidade ou a Flexibilidade?
Para que as empresas possam competir globalmente e com sucesso, são necessários ganhos crescentes de produtividade, derivados, principalmente, de inovações tecnológicas e de novos modelos de gestão. A competição entre empresas concorrentes estimula a produtividade, e eleva o padrão de vida e o bem-estar da população.
A Administração, tal como a conhecemos hoje em dia, apresenta indícios de técnicas administrativas que remontam aos primórdios da civilização. Muitos dos conceitos de gestão estudados atualmente tiveram suas origens em precedentes históricos, que fundamentaram a maneira com que muitos administradores resolvem seus problemas atuais. O quadro a seguir ilustra aspectos das mudanças em determinados contextos, e suas influências nas pessoas e na coletividade.
OBSERVAÇÃO: A seguir, são apresentadas características dos tipos de trabalhadores referentes a cada uma das categorias expostas no quadro.
- Camponês – Sociedade Agrária: vínculo com a natureza; perseverança; apego a tradições; trabalho e vida familiar não se distinguem; vida social reduzida; espiritualidade; visão estreita e local – cultura; não educado.
- Operário – Sociedade Industrial: força e vitalidade; capacidade de trabalho; know-how; destreza induz padronização; especialização; vivência concreta; reduzida abstração; visão estreita e urbana; formação básica.
- Trabalhador do Conhecimento – Sociedade do Conhecimento: capaz de aprender; criativo; flexível diante da ambiguidade e da incerteza; preparado para compreender interdependências – visão global e pluralista; capaz de elaborar e recriar a realidade – analista simbólico; apto a conciliar visão estratégica com habilidade operativa; capaz de demonstrar vitalidade e perfil empreendedor.
Prioridade de valores
A busca da eficácia organizacional conduz à seguinte questão: o que focar para agregar valor? Os aspectos internos ou os aspectos externos da empresa? A estabilidade ou a flexibilidade? Vejamos a estrutura de valores a seguir:
Analisando, brevemente, a estrutura de valores acima, não é preciso grande esforço para perceber que cada quadrante se relaciona com aspectos empresariais diferentes, e que cada um desses aspectos se relaciona, por sua vez, com certas competências. Podemos pressupor facilmente, por exemplo, que as principais competências associadas aos quatro (4) quadrantes da estrutura de valores são as listadas a seguir.
1) Colaborar: Criando e Sustentando o Compromisso e a Coesão
- entender a si mesmo e os outros;
- comunicar com honestidade e efetividade;
- orientar e desenvolver os outros;
- gerenciar grupos e liderar equipes;
- gerenciar e estimular o conflito construtivo.
2) Controlar: Estabelecendo e Mantendo a Estabilidade e a Continuidade
- organizar os fluxos de informações;
- ter capacidade de trabalho.
- trabalhar e gerenciar por meio de funções;
- planejar e coordenar projetos;
- medir e monitorar o desempenho e a qualidade;
- estimular e possibilitar a conformidade.
3) Competir: Melhorando a Produtividade e Aumentando a Lucratividade
- desenvolver e comunicar a visão;
- estabelecer metas e objetivos;
- motivar a si e os outros;
- projetar e organizar;
- gerenciar a execução e conduzir para resultados.
4) Criar: Promovendo a Mudança e Estimulando a Adaptabilidade
- usar o poder com ética e efetividade;
- patrocinar e vender novas ideias;
- estimular e promover inovação;
- negociar e acordar compromisso;
- implementar e sustentar a mudança.
Para compreendermos melhor a importância de se trabalhar bem o foco da empresa, priorizando o que for mais relevante, mas sem deixar de atentar para os demais aspectos, vamos pensar em um exemplo.
Imaginemos uma empresa que vem atuando em certo mercado, onde tem crescido significativamente nos últimos anos. Essa empresa procura atender os clientes de forma diferenciada para se sobressair à concorrência e, dessa forma, continuar crescendo. A empresa é voltada para o ambiente externo e foca mais a flexibilidade do que o controle, portanto seu modelo de gestão se aproxima do modelo de sistemas abertos.
O problema de estar pouco voltada para a parte interna é que isso acaba provocando insatisfação nos colaboradores, o que gera uma alta taxa de rotatividade.
Considerar um fator não prioritário não significa considerá-lo completamente irrelevante, mas apenas, naquele momento específico ou naquela empresa específica, um fator que requer menos esforços e menos recursos.
Portanto, na gestão de empresas, o estabelecimento de metas é um fator muito importante para manter o foco em pontos estratégicos, de modo a tornar a organização mais eficaz e competitiva. No entanto, é igualmente importante ter sob controle aquilo que está sendo preterido