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sábado, 27 de julho de 2024

Guerra na Ucrânia: O combatente brasileiro ferido no hospital de Moscou

Acordar entre bombardeios e gritaria é o cotidiano de Rodolfo Cordeiro

  O paulista de 34 anos, mais conhecido como Rodolfo “Macgyver”, se juntou à luta armada russa contra a Ucrânia, em 2014. Nascido em Presidente Prudente (SP), o comandante do grupo de inteligência, não voltou à terra natal desde então.

Entre as últimas mensagens trocadas, ele contou que se encontra ferido, mas está se recuperando em um hospital, na capital russa, Moscou. Apesar de todo o perigo, ele afirma não ter medo: “Eu não tenho medo, soldado que vai para a guerra com medo de morrer é covarde, o pior da guerra não é a morte em si, pior que a morte é o caso de ficar inválido”.

Cordeiro comenta que sempre gostou de assuntos bélicos: “Nasci para isso”. Atualmente, ele é responsável pelo reconhecimento de operações militares e pela coleta de dados acerca das áreas prováveis de operações, “esse tipo de reconhecimento visa informações de valor estratégico e requer sigilo elevado”, ele conta. Durante as operações, Rodolfo não pode manter contato com a família e os amigos: “ficamos totalmente incomunicáveis, sem utilizar qualquer tipo de telefone ou internet”.

Foto: Cedida

O combatente diz que foi a guerra por solidariedade: “eu decidi ir por solidariedade, ajudar esse povo que vivia em meio a um caos político e econômico e eram submetidos à violência genocida do governo ucraniano”. Ele ainda conta sobre a cobertura da mídia de discurso único que mantém uma propaganda anti-Rússia. “Não sabem o que aconteceu aqui em oito anos”, relata. O soldado fala sobre o pior batalhão da Ucrânia, “o Batalhão de Azov é o mais sujo, são nazistas, cruéis, torturam e matam”, enfatiza.

Rodolfo ao lado de um veterano da Segunda Guerra Mundial.

Há praticamente oito anos na guerra, Rodolfo é poliglota fluente em russo, coleciona cicatrizes e condecorações. O jornal prudentino “O Imparcial”, revela que ele já recebeu medalha pela participação voluntária nas ações de 2014 e 2015.  Ao ser questionado se pretende voltar ao Brasil algum dia, a resposta não foi outra: “Sim, claro. Quando a guerra acabar”.

Autora:

Valentina Sieplin, Londrina

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