Percebemos uma deficiência nem tanto pela lesão em si, mas pelo fato da exclusão que ela causa. É a deficiência que o ônibus, as calçadas, os estabelecimentos comerciais, as escolas, os centros de atividade física, nossa própria residência excluem tendo como resultado a desvantagem das pessoas que por algum motivo vieram a ter ou nasceram com algum tipo deficiência. A limitação desses indivíduos se torna visível ao passo que a sociedade dita padrões ergonômicos para pessoas “normais”. Isso repercute em todas as áreas como, por exemplo, a dos esportes. A inclusão de pessoas com deficiência nas atividades físicas ajuda a combater essas limitações. As atividades físicas em qualquer âmbito, escolar, amador ou competitivo buscam alternativas para essa desvantagem que limita a pessoas na sua orientação espacial, na independência física, na mobilidade, nas atividades da vida diária, na capacidade ocupacional e na integração social. A busca por inclusão de pessoas com deficiência nas atividades físicas motiva a criação de várias modalidades adaptadas para esse público. Para isso a palavra inclusão vem sendo amplamente difundida em todos os setores da sociedade. E as atividades físicas tem um papel importantíssimo quando inclui deficientes no meio esportivo. Nesse ponto o profissional da educação física é peça importante no uso de metodologias de ensino e treinamento, adaptando o aluno ao meio e vice-versa. Dessa forma, a inclusão se propaga de maneira harmônica da sala de aula para qualquer outra vivência do portador da deficiência na sociedade tendo relevância em todos seus aspectos do desenvolvimento.
A prática de atividades físicas dentro das condições possíveis, na vida do deficiente representa não somente pressuposto para sua inclusão social, mas condicionamento para seu desenvolvimento e melhoria em termos físicos e psicológicos. Ou seja, promoverá essencialmente efeitos e reflexos em sua saúde e seu bem-estar, observando-se que tanto quanto um indivíduo dito ‘normal’, o deficiente possui, em igual proporção, aspectos a serem zelados com maior ou menor intensidade, dependendo da faixa etária em que esteja enquadrado.
O portador de deficiência possui sistema cardiovascular, circulatório, nervoso, muscular, respiratório, esquelético e todos os outros comuns a indivíduos não portadores de qualquer limitação ou deficiência. Nesse sentido, será beneficiado se inserido em programas e práticas de exercício físico
regular, podendo ainda enquadrar-se, com preparação, no escalão de atletas de alto rendimento, tais quais aqueles observados nos Jogos Paraolímpicos, onde inclusão de pessoas com deficiência nas atividades físicas é internacionalmente reconhecida. Em suma, a atividade física para o deficiente beneficia tanto seu físico quanto seus aspectos psicológicos. Fisicamente o prepara para os desafios da vida cotidiana, promovendo maior vitalidade, saúde e bem-estar. Psicologicamente, fomenta maiores condições de lidar com sua pseudofragilidade, ente imaterial e etéreo que o estigmatiza e o afasta de tudo quanto há, atualmente de prazeroso e minucioso em termos de realização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SOLER, R. EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA: EM BUSCA DE UMA ESCOLA PLURAL. RIO DEJANEIRO: SPRINT, 2005.
Autor:
Prof. Dr. Rinaldo Melo. Cref:015028-G-PE