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domingo, 1 de setembro de 2024

Uma crônica sobre o vazio

Acreditei que poderia ser celeste. Mirei anjos de asas circulares e serafins de olhos angulosos. Miríades pandemônicas vi entre homens e infernos escuros observei na noite dos tempos.

Em vão preguei aos homens de minha terra palavras vazias sobre um amor que nunca senti. Pobre de mim que ignorava que seus corações eram duros e ásperos, como as calejadas mãos que batiam arados na terra dura.

Eu, que era outono e frialdade corri aos meus, numa terra ardente e cálida. E os meus me viram e disseram-me “distante”, “dura”, “impossível”…. Embalde, estendi braços de criança esperando um abraço que não saberia receber. Derreti como um cubo de gelo no Namíbia.

Palavras ao vento foram tudo o que disse. Veio a tempestade. Levou-as para o indefinido.

Autoria:

Ariel Von Ocker é escritora, psicanalista, poliglota e acadêmica de Letras e História. Também já trabalhou no teatro como dramaturga e atriz. Autora com seis livros publicados, atua desenvolvendo pesquisas na área da psicanálise, literatura sob perspectivas historiográficas e estudos de gênero.

Atualmente se dedica também às artes plásticas através da iniciativa Projeto Simbiose, no qual atua no núcleo de direção em parceria com Michelle Diehl e Cristina Soares, além de ser editora chefe da Revista Ikebana.

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