A dark web é uma parte da internet que só pode ser acessada através de ferramentas, configurações ou autorizações específicas, que dão um elevado nível de anonimato tanto a quem publica conteúdos como a quem os consulta; ela é usada como ferramenta para a prática de inúmeros tipos de crimes, desde tráfico de armas e drogas até pedofilia.
Polícias ao redor do mundo combatem-na de forma tenaz; muito recentemente, a polícia federal alemã, o Bundeskriminalamt, trabalhando em parceria com policiais americanos, fechou o Hydra Market, tido como o maior e mais antigo mercado da dark web em todo o mundo e que vinha sendo investigado desde agosto passado.
O Hydra respondeu por cerca de 80% de todas as transações com criptomoedas efetuadas na dark web, tendo recebido ao aproximadamente US$ 5,2 bilhões nessas moedas desde 2015. Tinha cadastrados cerca de 17 milhões de compradores e 19 mil vendedores.
Além de servidores, o Bundeskriminalamt apreendeu carteiras de criptomoedas com cerca de US$ 25 milhões em bitcoins. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou o russo Dmitry Pavlov de distribuir drogas e lavar dinheiro usando o Hydra, que atendia principalmente pessoas de língua russa que negociavam drogas, contrabando e dados roubados, além de fornecerem serviços de hackers.
Não é a primeira vez que um mercado da dark web é fechado, isso já aconteceu com outros, como AlphaBay, Silk Road e, mais recentemente, DarkMarket. É evidente que o espaço deixado pelo Hydra logo será ocupado por outros fora da lei, mas seu fechamento serve como lembrete àqueles que pretendem operar nesses mercados: podem perder os valores que já adiantaram e também terem problemas com a lei, acusados de, no mínimo, serem cumplices de criminosos.
Autor:
Vivaldo José Breternitz , Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT