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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

O que somos capazes de fazer…Caso: Minamata

A cidade de Minamata, localizada numa área costeira do Japão é conhecida pelo terrível caso de contaminação por mercúrio no meio ambiente e que afetou inclusive os pescadores.

Desde 1930, a indústria Chisso, lançava, sem qualquer tratamento, carga mercúrio, na baía de Minamata. Estima-se que foram centenas de toneladas de metilmercúrio. Em 1954, ou seja 24 anos depois, começaram a surgir sintomas de contaminação.

Primeiro os pássaros, voavam de forma descontrolada e caíam no solo, além dos gatos que corriam em círculos e espumavam pela boca. Depois a doença afetou pessoas em especial pescadores, pois essas consumiam peixes e moluscos (da Baía de Minamata), os quais estavam contaminados. Os sintomas, no começo, eram a fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, falta de sensibilidade nos braços e nas pernas e dificuldade de deglutição, mas depois verificou-se distúrbios sensoriais nas mãos e pés, danos à visão e audição, fraqueza e, em casos extremos, paralisia e morte além de problemas nos nascituros. Foram afetadas cerca de 20 mil pessoas!

Passaram-se os anos, a pesca foi proibida, construiu-se um museu e o meio ambiente foi recuperado.

Ao visitar o Museu, tem-se a oportunidade de falar com um dos pescadores que, numa cadeira de rodas, relata os fatos ocorridos, uma vez que os efeitos, por sí só, são visíveis!

Essa experiência é uma das mais incríveis que alguém pode ter, devido aos seguintes fatos:

1º Falar com alguém afetado que conta, ao vivo, o que significava contaminação (pois ele é a prova viva do fato);

2º O Museu de Minamata em si é a preservação da história; a permanente alerta que é dado até hoje para que não mais ocorra, ou seja: vamos aprender algo!

3º O que foi feito a partir da constatação: o Órgão Ambiental Governamental, em vez de fechar a fábrica, viabilizou a sua modernização (não se perdeu empregos e receitas) e iniciou-se um projeto de recuperação ambiental (pago pela Indústria) e, 40 anos depois (incrível, depois de 40 anos!!!!) a pesca foi finalmente liberada, mas com restrições ou seja: pode-se pescar, mas consumir peixes não é recomendado…

Outra questão que mais me impressionou foi quando houve o questionamento do pescador, o que alguém, vindo do Brasil e que trabalha numa Instituição Ambiental (na época), estava fazendo a respeito do mercúrio que era (e ainda é até os dias de hoje) usado em garimpos (para cada tonelada de ouro se usa e lança, no meio ambiente, cerca de 1,5 toneladas de mercúrio)!

Ciente da lição aprendida, a partir dessa, em todos os projetos (ambientais) que desenvolvo, enfatizo soluções. Inclusive a minha tese defendido na USP, foi sobre “Manejo e recuperação de ambientes aquáticos contaminados por mercúrio”…

Mas, isso não basta. Estamos com uma gama de desafios ambientais, seja contaminação, degradação, resíduos, desmatamentos culminado no Efeito Estufa e as suas quase que irreversíveis consequências.

O que então (leigos e leitores), podem fazer pelo meio ambiente?

Existem inúmeras formas, desde a mais simples como não jogar papel no chão, até o mais complicado que é votar em pessoas realmente competentes e compromissadas, além de investir fortemente na educação (que, aliás, é a única forma de mudar esse país)!

Podemos, para início das ações, plantar uma árvore… é um bom começo!

“Mundo, mundo, vasto mundo”…. enquanto houver “sapiens” no mundo, será apenas uma rima, mas não a solução (desculpe, novamente, parafrasear um lindíssimo

poema)….

Autor:

Geraldo G.J.Eysink

(Para comentar, sugerir ou criticar mande Email: geraldo@hc2solucoes.com.br) 06 Abril de 2022

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