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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Falando sobre relacionamento abusivo

 

Viver em sociedade é difícil, conviver com outras pessoas é um desafio diário. Contudo, ter uma relação a dois passa a ser algo que tem que ser trabalhado, discutido e vivenciado de forma que a relação seja benéfica para ambos. Quando a relação começa a ter problemas na comunicação, quando o diálogo é substituído por brigas ou mesmo pelo silêncio, está na hora de avaliar os aspectos positivos e negativos e pesar o melhor para o casal.

Não são raras atitudes aparentemente normais, e tidas inclusive como rotineiras na relação e que quando avaliadas tem indícios de um relacionamento abusivo. É abusiva quando uma pessoa da relação exerce um poder excessivo sobre o outro, e a partir disso começam outras atitudes e ordens verbais que possam a causar mal estar e amedrontar.

A relação passa a ser abusiva quando a pessoa não se sente a vontade em falar as coisas do dia a dia, quando precisa esconder situações para não causar estresses ou mesmo outros problemas. É abusiva a relação quando a liberdade de ir e vir é questionada, quando as ideias não são debatidas e quando um se sobrepõe ao outro de forma que passa a machucar de forma indireta, causando inclusive prejuízos emocionais.  

Várias pessoas vivem uma relação abusiva e não conseguem identificar ou sair dela por várias razões, seja por pensar nos filhos, nos bens, seja pela dependência emocional do companheiro (a).

É importante identificar até onde podemos ir e até onde podemos permitir que o outro possa nos afetar. Permanecer numa relação abusiva é morrer todos os dias um pouquinho, porque nos anulamos enquanto pessoas e entramos num ciclo vicioso onde sair é ir contra as regras que a sociedade impõe, sobretudo se for mulher.   

TODOS OS DIAS NOS DEPARAMOS COM SITUAÇÕES QUE SÃO EXEMPLOS DE RELAÇÃO ABUSIVA E NÃO NOS DAMOS CONTA DISSO:

– Ter as senhas das redes sociais, ler mensagens do outro mesmo com a permisão;

– Ter que informar o tempo todo sua localização e o que está fazendo;

– Controlar horários ou dificultar programas com amigos e amigas;

– Discutir em público por qualquer besteira;

– Proibir atividades físicas;

– Controlar roupas, maquiagens, etc;

– Bloquear amigos das redes sociais por ciúmes, dentre outros.

COMO SABER SE ESTOU NUMA RELAÇÃO ABUSIVA?

Pergunte a si mesmo como você era antes e depois da relação? Se a resposta for que você mudou para agradar o outro ou evitar conflitos, tenha atenção com isso. Mudar para agradar o outro é se anular na relação e aí se inicia o ciclo de violência sem que nos demos conta disso.

No entanto, se a reposta for que não mudou e as concessões ocorrem em conjunto e em acordo para que um não invada o espaço do outro, isso sim é uma relação. Uma relação se constrói em parceria, onde ambos se sintam a vontade, sem cobranças, sem críticas.

LEGISLAÇÃO

A Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) contempla a maioria das violações no que se refere à violência contra a mulher. A relação abusiva pode ser enquadrada como violência psicológica e dependendo da gravidade cabem medidas protetivas e outras penalidades de acordo com o tipo penal.

Caso sua relação seja abusiva, busque ajuda de um profissional para que possa identificar como cessar ou mesmo como tratar para que isso não chegue as vias de fato de uma violência física ou mesmo ao feminicídio.

Denuncie pelo disk 190, 181, ou mesmo vá a uma Delegacia de Polícia para fazer os procedimentos cabíveis.  

Autora:

Odalina Emiko Aoki Alves – pedagoga/bacharel em direito/pós-graduada em educação profissional.       

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