Prevê o futuro não é mole não, Joãozinho, minha tia dizia que essas videntes ganham fortunas! Quisera eu, poder enriquecer assim! Bah, será que ser mãe de santo me dá o direito ao INSS?
Joãozinho: – Deixa isso pra lá, Filomena! Pare de sonhar, que isso não é pra pobre não.
Filomena: – Desconjuro, boca de peste! Não fale assim não, palavra tem PODER! Vou lavar tua boca com sabão.
Crendice. Tudo isso de regras oprime, sufoca e não deixa as pessoas serem naturais. Seja você mesma é única lei de Deus. Joãozinho e Filomena continuaram debatendo entre ser e não ser do melhor comportamento do humano que perambula pela Terra tentando acertar e não ser castigado por um raio divino. Ou será, diabólico?!
Já na mesa do café da manhã estava o padre Antunes, minha avó respeitava e reverenciava esse homem. Eu não ligava não… Eu só queria comer mesmo e me fartar com as delícias da vovó. Padre Antunes não perdia uma oportunidade para pedir uma oferta de domingo para ajudar a igreja. Eu achava um bom negócio a profissão-religioso. Meu sonho era seguir essa carreira!
Padre: – Dona Mirtes, a paróquia tem muitas crianças órfão precisando de teu coração generoso. O que pode nos doar para a quermesse desse mês santo?
Dona Mirtes: – Farei 30 tabuleiros de bolo e doarei 1 mil pesos! Não se preocupe, sempre ajudaremos ao santo padre.
Minha avó era incansável com a igreja, esquecia até dos netos, eu ficava triste, mas afogada minhas dores na comida. E o pecado da gula? Ah, me deixe em paz regras malditas!
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Autora:
Aline Viana Sigal, Escritora, revisora textual e professora
Um texto cômico, e com uma crítica sutil rsrs. Maravilhoso !
Grata por comentar e entender a função do cômico na busca do discernimento humano na sociedade! Continue sendo assim!
Crônica sutil!