Alguém seria capaz de informar em que era nos encontramos? Que momento é esse em que nos encontramos imersos em uma barbárie disfarçada na qual a guerra parece um medonho Reality Show, e o Reality Show parece o circo que alimenta os ignorantes e apazígua os incautos mesmo que não haja pão para todos. Momento em que maridos matam suas esposas na frente de seus filhos, policiais enfrentam traficantes ao custo de inocentes e onde políticos vangloriam-se de ações destinadas apenas para que a imprensa noticie.
Menina deixada sozinha em casa cai do apartamento e morre[i]. Para as manchetes de noticiosos trata-se de uma excelente ocorrência que certamente será esquecida em alguns dias, diferentemente do caso do menino Henry Borel[ii], cuja repercussão parece ser de interesse da mídia apenas porque ainda rende manchetes como a mais recente, transformando um acontecimento terrível em uma sequência patética de notícias que logo seguirão o mesmo caminho de tantas outras: o mais profundo e absoluto esquecimento.
Entregador de app diz ter sido ameaçado por delegada armada[iii]. O curioso nessa notícia é que a entrega não era para a tal delegada e sim para outra pessoa! E que ser humano é esse que por conta de um engano em uma entrega saca uma arma e ameaça outra sem qualquer razão meramente plausível? De qualquer modo, outra manchete que também em breve se transformará em cinzas do esquecimento.
[i]https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/04/09/crianca-5-anos-morre-apos-cair-de-predio-chapeco-sc.htm
[ii]https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/04/05/apos-decisao-judicial-monique-medeiros-mae-de-henry-deixa-prisao-no-rio.ghtml
[iii]https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/04/10/entregador-de-app-diz-ter-sido-ameacado-por-delegada-armada-go.htm
Autor:
Antonio J. Trovão
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